O governo do Reino Unido divulgou um comunicado nesta sexta-feira (29) no qual diz que a Venezuela está agindo de forma injustificada ao mobilizar soldados para exercícios militares na região de fronteira com a Guiana.
O Reino Unido pede à Venezuela o fim dos exercícios militares na região da fronteira com a Guiana.
Na quinta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que determinou que cerca de 5.600 soldados venezuelanos vão fazer exercícios militares em frente aos limites de água em disputa com a Guiana (leia mais sobre a disputa abaixo).
A determinação é uma reação ao envio de um navio de guerra do Reino Unido para a Guiana.
Um porta-voz do governo britânico afirmou que o navio, o HMS Trent, vai para Guiana como parte de uma série de compromissos de rotina. O governo do Reino Unido disse que o navio já estava no Caribe para uma missão.
O porta-voz também afirmou que o governo do Reino Unido está em contato com “sócios” na região para evitar uma escalada e que estão monitorando a situação.
Para os britânicos, não há controvérsia em relação aos limites dos territórios dos países, pois a questão está resolvida desde 1899, quando houve uma arbitragem internacional sobre o tema.
Cerca de 125 mil pessoas, um quinto da população da Guiana, vivem em Essequibo, que cobre dois terços da superfície do país.
A disputa por Essequibo
A Venezuela afirma que o Essequibo, uma região de 160 mil km² rica em recursos naturais, faz parte de seu território. Em 1899 houve uma decisão por arbitragem sobre o território e, na ocasião, ficou decidido que Essequibo era da Guiana, na época uma colônia britânica.
Nos anos 1960, ainda antes da Guiana se tornar independente, a Venezuela e o Reino Unido chegaram a assinar um acordo pelo qual a decisão de 1899 poderia ser revista. Agora, a Guiana pede para que a Corte Internacional de Justiça ratifique o documento de 1899.
Fonte: G1.