O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, deve apresentar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma reunião em Washington na próxima semana, um plano que inclui o envio de cerca de 30 mil soldados europeus à Ucrânia.
A informação foi divulgada pelo jornal britânico Telegraph nesta quinta-feira (20), em reportagem exclusiva.
De acordo com fontes citadas pelo jornal, Starmer descreverá em detalhes como essas tropas poderiam impor o eventual acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA.
Além disso, argumentará que é do interesse do governo Trump continuar seus esforços para impedir uma terceira invasão russa após o fim dos combates.
Segundo o plano, ao menos 30 mil soldados seriam mobilizados ? sob o comando de países europeus ? em cidades ucranianas, portos e outros locais de infraestrutura crítica, como usinas nucleares, que estão longe das atuais linhas de frente.
Em vez de enviar um contingente muito maior para a Ucrânia, a missão contará com “monitoramento técnico” ? por meio de inteligência, vigilância e aeronaves de reconhecimento, drones e satélites ? para fornecer “uma imagem completa do que está acontecendo”, relatou uma autoridade ocidental.
A fonte acrescentou que a operação será apoiada por poder de fogo suficiente para “detectar e repelir ataques”, a fim de reabrir o espaço aéreo ucraniano e restaurar voos comerciais.
O Telegraph relata ainda que a proposta prevê que navios de patrulha também sejam enviados ao Mar Negro para monitorar ameaças russas às rotas de navegação comercial.
A guerra deflagrada pela Rússia na Ucrânia completará três anos no próximo dia 24 de fevereiro e já provocou a morte de milhares de civis. Nos últimos dias, países europeus já haviam se mostrado divididos sobre a possibilidade de enviar tropas de paz à Ucrânia após um eventual cessar-fogo com a Rússia.
Starmer foi o mais enfático ao declarar que seu país está pronto para mandar militares a Kiev com o objetivo de garantir a proteção da Ucrânia, que teve as portas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fechadas pelos Estados Unidos.
Reação – Após a publicação exclusiva do plano de Starmer, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, expressou “preocupação” sobre a possibilidade de um futuro “envio de contingentes militares de países da Otan para a Ucrânia”.
“Obviamente, a implantação de contingentes militares de países da Otan em território ucraniano não pode ser aceitável para nós”, acrescentou Peskov, citado pela agência Interfax.
Fonte: ANSA.