O pacto assinado neste sábado (27) deve incluir investimentos chineses no Irã, principalmente em setores-chave como energia e infraestrutura. Assessor do presidente iraniano disse que o acordo é um exemplo de “diplomacia de sucesso”.
Os ministros das Relações Exteriores da China e do Irã, Wang Yi e Mohammad Javad Zarif, respectivamente, assinaram neste sábado (27) um acordo de cooperação estratégica de 25 anos entre os dois países aliados durante uma cerimônia transmitida ao vivo pela emissora estatal iraniana Press TV.
“Nossas relações com o Irã não serão afetadas pela situação atual, mas serão permanentes e estratégicas […] O Irã decide de forma independente sobre suas relações com outros países e não é como alguns países que mudam de posição com um telefonema”, afirmou Wang, citado pela mídia.
O acordo foi fechado durante a visita oficial do chanceler chinês a Teerã como parte de sua viagem ao Oriente Médio, que começou no início da semana. Antes da assinatura do acordo, Wang se encontrou com o presidente do Irã, Hassan Rouhani.
O acordo é um exemplo de “diplomacia de sucesso”, disse o assessor de Rouhani, Hesameddin Ashena. “A força de um país está em sua capacidade de se unir a coalizões, não de permanecer isolado”, afirmou.
O pacto, que deve incluir investimentos chineses em setores-chave como energia e infraestrutura no Irã, foi proposto pela primeira vez em janeiro de 2016 e faz parte da iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota, projeto emblemático do presidente Xi Jinping, que financia programas de infraestrutura e procura aumentar a influência de Pequim no exterior.
Na quinta-feira (25), o Ministério do Comércio chinês disse que Pequim tentará salvaguardar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), assinado originalmente em 2015 e que estipulava o cancelamento das sanções internacionais aplicadas a Teerã em troca da redução do programa nuclear iraniano. O ministério acrescentou que vai procurar defender os interesses legítimos das relações sino-iranianas.
Os EUA e as outras potências ocidentais participantes do acordo nuclear estão em desacordo com Teerã sobre qual lado deve primeiro retornar ao acordo, que foi abandonado unilateralmente pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em 2018.