Um novo relatório da StopAntisemitism documentou um aumento alarmante de 3.000% em incidentes antissemitas em campi universitários dos EUA após os ataques do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023. O “2024 College Report” da organização, que avaliou 25 instituições de ensino superior, revela um cenário preocupante para estudantes judeus enfrentando assédio, exclusão e crescentes preocupações com a segurança.
Principais descobertas
A pesquisa abrangente pinta um quadro perturbador da vida no campus para estudantes judeus:
- 55% dos estudantes judeus relatam serem vítimas de antissemitismo em suas escolas
- 72% sentem-se indesejados em certos espaços do campus simplesmente por serem judeus
- 43% escondem sua identidade judaica dos colegas por medo
- 67% se sentem completamente excluídos das iniciativas DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) de suas escolas
- 69% relatam ser responsabilizados pelas ações do governo de Israel
- 43% não recomendariam sua escola a outros estudantes judeus
O relatório destaca uma tendência particularmente preocupante em relatórios de incidentes: 43% dos estudantes judeus não se sentiam seguros o suficiente para relatar incidentes antissemitas. Entre aqueles que relataram tais incidentes, uma esmagadora maioria de 87% acredita que suas escolas falharam em investigar adequadamente suas reclamações.
Resposta Institucional
A resposta institucional a esses desafios tem sido notavelmente inadequada. Apenas duas das 25 escolas pesquisadas responderam a solicitações de informações sobre seu tratamento de incidentes antissemitas — um declínio significativo em relação aos sete entrevistados do ano anterior.
Classificações de desempenho escolar
Várias instituições de prestígio receberam notas baixas no sistema de avaliação do relatório:
Destinatários da nota “A”:
- Universidade Baylor (Texas)
- Universidade Clemson (Carolina do Sul)
- Universidade Elon (Carolina do Norte)
- Universidade do Mississipi
Destinatários da nota “F”:
- Instituto de Tecnologia de Massachusetts
- Universidade Cornell
- Universidade Brown
- A Nova Escola
- Universidade da Califórnia (Davis)
- Universidade do Oregon
- Universidade Emerson
- Universidade de Washington
A nota do MIT caiu consideravelmente de C para F após incidentes que incluíram um acampamento pró-palestino de três semanas, onde os participantes supostamente pediram violência contra estudantes judeus.
Preocupações específicas do campus
A UC Davis surgiu como um exemplo particularmente preocupante, com 81% dos estudantes judeus relatando experiências de antissemitismo e 93% afirmando que não se sentem seguros expressando sua identidade judaica no campus.
Soluções propostas
O StopAntisemitism está defendendo reformas abrangentes, incluindo:
- Adopção de definições padronizadas de antissemitismo
- Expansão das políticas de diversidade e inclusão para incluir explicitamente estudantes judeus
- Estabelecimento de protocolos mais claros para responder a incidentes antissemitas de alunos e professores
- Rejeição do movimento de boicote a Israel
- Dissolução dos capítulos dos Estudantes pela Justiça na Palestina e da Faculdade pela Justiça na Palestina
Contexto global
Especialistas observam que esse aumento no antissemitismo no campus não se limita aos Estados Unidos. De acordo com Kenneth L. Marcus, fundador e presidente do Louis D. Brandeis Center for Human Rights Under Law, tendências semelhantes estão sendo observadas internacionalmente, particularmente em países como Canadá, Holanda e Reino Unido.
Resposta das Instituições Educacionais
Algumas universidades começaram a tomar medidas para lidar com essas preocupações. A University of Illinois em Urbana-Champaign revisou suas políticas para garantir que o assédio antisionista seja tratado com a mesma seriedade que outras formas de ódio ou preconceito. No entanto, a resposta institucional geral continua inadequada, de acordo com as descobertas do relatório.
“Essas instituições de ensino superior falharam completamente em proteger seus estudantes judeus, permitindo que assédio, exclusão e antissemitismo violento prosperassem sem controle”, disse Liora Rez, diretora executiva da StopAntisemitism. Ela enfatizou ainda que os pais devem considerar cuidadosamente sua escolha de instituições, defendendo escolas que priorizem a segurança e a inclusão de todos os alunos.
O relatório conclui com um lembrete severo: “Os estudantes judeus não deveriam ter que considerar sua própria segurança ao escolher qual escola frequentar”, destacando a necessidade urgente de mudança institucional em todo o ensino superior americano.