O presidente sírio Bashar Assad quase desistiu do poder e pediu asilo em outro país, mas o comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana, Qassem Soleimani, alegadamente o convenceu a não fazê-lo, de acordo com um relatório divulgado pelo Centro de Assuntos Públicos de Jerusalém.
Em uma entrevista abrangente com um amigo próximo de Soleimani, que o acompanhou em várias visitas ao Iraque e à Síria, Hasan Flark revelou que Assad estava prestes a desistir de seu reinado na Síria e pretendia se refugiar em outro país, provavelmente na Rússia. Flark, que atuou como consultor e assistente especial de Soleimani, observou que este implorou a Assad que permanecesse em sua posição, dizendo-lhe que “a única opção que enfrentamos é uma vitória para a resistência e com a ajuda de Deus, nós conseguiremos isso.”
Flark, além de seu papel como assistente especial de Soleimani, também foi responsável pela Força Quds no Iraque e pelo acúmulo de força no país. Diz-se que ele trabalhou com Soleimani por 41 anos, servindo ao lado dele na Guarda Revolucionária antes do início da Guerra Irã-Iraque em 1980.
Seus comentários vieram como parte de uma entrevista especial no 40º dia após o assassinato de Soleimani, onde Flark também observou o papel “especial” que os Guardas Revolucionários desempenham na região, que ele exclamou “é apoiar os movimentos de libertação, lutar pela justiça e tudo mais que aqueles que estão enfrentando arrogância global e trabalhando pelo prestígio dos muçulmanos”. Flark também confirmou a presença de operações da Força Quds no Líbano, Síria, Iraque e Iêmen, além do Afeganistão e países da Ásia Central.
Flark também compartilhou a atitude de Soleimani em relação às capacidades militares dos EUA, vendo-a como “um tigre de papel e que os americanos têm cérebro de pássaro”. No caso do Iraque, ele disse que Soleimani instruiu as autoridades iraquianas em Bagdá e em outros lugares sobre as necessidades operacionais para combater o Estado Islâmico, “poupando Bagdá em menos de 12 horas”.
Ele também falou da filha de Soleimani, dizendo que “Zainab era muito próximo de seu pai e até o acompanhou em muitas de suas viagens, incluindo Iraque, Síria e Líbano, e até aprendeu árabe e tinha laços estreitos com jovens ligados ao Líbano e ao Hezbollah”.