Exercícios massivos taiwaneses acontecem enquanto o Exército de Libertação Popular realiza treinamentos de um mês, que começou na segunda-feira (1º).
Taiwan vai realizar seis ciclos de testes de mísseis este mês, juntamente com vários outros exercícios militares, para aumentar sua capacidade de defesa, enquanto o Exército de Libertação Popular (ELP) da China conduz um exercício de um mês no mar do Sul da China.
Os testes taiwaneses começam nesta quarta-feira (3) e vão examinar a potência dos mísseis lançados da base militar de Jiupeng, na cidade mais ao sul da ilha de Pingtung, e na cidade oriental de Taitung. Os lançamentos ocorrerão até 19 de março e serão supervisionados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, financiado pelo governo, informa a Agência de Pesca de Taiwan, citada pelo jornal South China Morning Post.
O comunicado da agência acrescenta que “não haverá teto” para a altura dos testes de mísseis, o que significa que os ensaios podem se estender por 300 km no Pacífico, abrangendo as águas das cidades de Hualien e Taitung, incluindo a Ilha das Orquídeas.
Não foi mencionado que tipo de mísseis serão testados, mas a mídia diz que provavelmente serão os mísseis de cruzeiro Hsiung Feng-2E e a versão de alcance estendido dos mísseis táticos Thunderbolt-2000. Enquanto o Hsiung Feng-2E tem um alcance de 600 km, capaz de atingir a China, a versão estendida do míssil tático Thunderbolt-2000 tem um alcance de até 300 km, capaz de atingir a costa continental do país vizinho.
Enquanto isso, a força aérea taiwanesa conduzirá pelo menos cinco rodadas de exercícios de fogo real entre esta quarta-feira (3) e 25 de março em águas próximas a Chialutang, no sudoeste de Taiwan. A Marinha de Taiwan também realizará dois exercícios em 8 e 11 de março perto de Chialutang para praticar a prontidão para o combate.
Resposta à China
Os exercícios massivos taiwaneses acontecem enquanto o ELP conduz um exercício de um mês, que começou na segunda-feira (1º), em uma zona com um raio de cinco quilômetros a oeste da península de Leizhou, na província de Guangdong, no sul do país, mesmo às portas do mar do Sul da China.
Analistas taiwaneses disseram que embora os testes de mísseis locais e exercícios militares tenham sido programados com bastante antecedência, a divulgação do cronograma também serviu como um alerta a Pequim sobre sua crescente intimidação militar contra a ilha autônoma.
“Diante das ameaças contínuas da China, a enxurrada de testes de mísseis e exercícios militares pelas forças taiwanesas têm o objetivo de dizer a Pequim que Taiwan tem a capacidade de se defender”, afirma à mídia Su Tzu-yun, analista sênior do Instituto de Pesquisa de Defesa e Segurança Nacional, um think tank financiado pelo governo taiwanês.
Su disse ainda que Taipei está ciente do risco potencial e permanece prudente ao lidar com seus movimentos militares.
“Esses testes e exercícios são, em vez disso, nossas medidas de segurança interna destinadas a proteger Taiwan enquanto melhora as habilidades das forças armadas e os níveis tecnológicos das armas caseiras de Taiwan”, observa Su.
Chieh Chung, pesquisador sênior de segurança nacional da National Policy Foundation, diz que “ao desenvolver nossas próprias armas” Taiwan procura “manter um equilíbrio militar entre os dois lados, ou pelo menos não ficar para trás”.
A China considera que a ilha é parte integrante de seu próprio território, e nunca renunciou ao uso da força para reassumir seu controle. Contudo, os sucessivos governos na ilha não demonstram interesse no projeto chinês de integração.