Uma equipe de pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento em Saúde (Cidacs) do Brasil descobriu uma nova cepa do vírus Zika, que está circulando no país. Os resultados da pesquisa foram recentemente publicados no Journal of Infectious Diseases.
A descoberta foi possível graças a um novo sistema de vigilância de detecção de subtipos de vírus que analisa as seqüências genéticas de microorganismos disponíveis em bancos de dados públicos. Dessa forma, os genes do vírus testado podem ser comparados com os que foram descobertos anteriormente.
Depois de examinar 248 microorganismos encontrados no território brasileiro, os especialistas observaram que, até 2018, mais de 90% do vírus era cambojano. No entanto, um ano depois, essa tendência mudou e mais de 89% das seqüências genéticas pertenciam ao subtipo de zika na Micronésia.
Tipos de deformação
Segundo o estudo, existem duas cepas do vírus zika: a asiática e a africana, a mesma que surpreendeu os especialistas com sua presença no país sul-americano. “A linhagem africana foi isolada em duas regiões diferentes do Brasil: no sul, no Rio Grande do Sul e no sudeste, no Rio de Janeiro”, escreveram os autores.
Da mesma forma, o co-autor da pesquisa, Artur Queiroz, apontou que “a principal descoberta é que vemos uma variação de subtipos e linhagens ao longo dos anos e em 2019, embora apareça uma pequena linhagem, que até então não era descrito circulando no país”.
A descoberta se torna importante diante do “risco potencial de uma nova epidemia” e representa um alerta para a vigilância de doenças.
Finalmente, os cientistas consideram que estudos devem ser realizados para evitar outro surto de zika com o novo genótipo circulante.