O presidente do Irã, Hasán Rohaní, indicou neste sábado ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que se eles permanecerem “calados diante dos atos do agressor”, isso “os fortalecerá”, durante uma conversa telefônica que mantiveram após EUA ele assassinará o importante general iraniano Qassem Soleimani.
“Se não adotarmos uma posição unânime contra os erros dos EUA, um grande perigo ameaçará nossa região“, disse o presidente iraniano, enfatizando que Soleimani teve um “papel inegável” na luta contra os terroristas na região.
Rohaní também lembrou Erdogan que esse “grande e burro erro” dos Estados Unidos. “Ele violou a soberania nacional do Iraque” e expressou confiança de que outras nações do Oriente Médio “condenam explicitamente esse crime“.
O presidente da Turquia, por sua vez, enfatizou que os países do Oriente Médio “não deveriam permitir” que “intervenções estrangeiras e conflitos regionais impeçam a região de alcançar paz e estabilidade”.
“Estou certo de que a estrutura cultural e governamental iraniana, que tem suas raízes na história, lidará com esse período de tempo confiando em sua sabedoria“, afirmou Erdogan.
“Uma vingança dura”
O general iraniano, Qassem Soleimani, morreu na noite de 2 de janeiro quando vários veículos que levavam as forças armadas iranianas e outros comandantes de alto escalão da milícia Kataib Hezbollah deixaram o aeroporto de Bagdá. O ataque foi conduzido sob a direção do presidente dos EUA, Donald Trump.
O Pentágono disse que o ataque “visava dissuadir futuros planos de ataque iranianos” e acusou o general iraniano Qassem Soleimani de “desenvolver ativamente planos para atacar diplomatas e militares americanos no Iraque e em toda a região”.
Soleimani foi uma figura-chave na direção das ações militares do Irã no Oriente Médio. Ele estava encarregado dos serviços de inteligência iranianos e gozava de grande popularidade em seu país graças a seus inúmeros méritos, entre os quais afirmou ter liderado a luta da milícia xiita contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Anteriormente, o presidente do Irã, Hasán Rohaní, declarou que os EUA “Ele não percebe o grande erro que cometeu” e prometeu que Teerã e outras nações da região “vingarão o martírio de Soleimani”.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Hoseiní Khameneí, também disse que os “criminosos” que mataram o major-general aguardam uma forte vingança. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, descreveu os ataques dos EUA de “ato de terrorismo internacional” e alertou que essa ação “extremamente perigosa” terá consequências para os Estados Unidos.