Ruanda enviou soldados à República Centro-Africana, onde as autoridades acusaram o ex-presidente François Bozizé de estar planejando golpe militar com ajuda de grupos rebeldes às vésperas das eleições presidenciais e legislativas.
“O governo de Ruanda deslocou tropas de proteção à República Centro-Africana, em conformidade com atual pacto bilateral de defesa. O deslocamento é uma resposta ao ataque ao contingente da Força de Defesa de Ruanda (RDF) sob controle das forças de paz da ONU pelos rebeldes apoiados por François Bozizé”, comunicou o Ministério da Defesa de Ruanda no domingo (20).
O comunicado anuncia que as forças de Ruanda vão continuar suas ações para assegurar “as eleições gerais pacíficas e seguras”, uma vez que o país está entre os dez Estados contribuintes da paz na República Centro-Africana, como parte da missão de paz realizada pela ONU desde 2014. Entre outros países-membros da operação estão Paquistão, Burundi, Egito, Bangladesh, Zâmbia, Camarões, Marrocos, Mauritânia e Gabão.
Na semana passada, as autoridades da República Centro-Africana acusaram Bozizé, que presidiu a nação de 2003 a 2013 e foi derrubado por rebelião militar, de estar organizando golpe do Estado em meio à escalada de tensões dentro do país antes das eleições agendadas para 27 de dezembro.
No entanto, o ex-presidente negou todas as acusações sobre proximidade com as ações de grupos rebeldes. A candidatura de Bozizé à presidência centro-africana foi rejeitada judicialmente, por estar com mandado de captura internacional desde 2013.
Desde o golpe de 2013, a república tem sido palco de conflitos. Em 2019, seu presidente assinou com os líderes de 14 grupos armados o acordo de paz para cessar hostilidades.