O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, declarou neste sábado que a OTAN pretende “voltar ao confronto da era da Guerra Fria”, depois de lembrar que a Aliança Atlântica está desenvolvendo infraestrutura militar e continua a implantar um sistema de defesa antimísseis na Europa Oriental.
Em declarações a jornalistas no final dos Jogos Militares do Exército 2020, Shoigú explicou que a Rússia “segue uma política independente, participa ativamente na resolução de problemas globais”, enquanto “atua como mediador na resolução de conflitos”.
Tudo isso – frisou o ministro – “é visto pelo Ocidente como um desafio à sua liderança, como uma tentativa de destruir a ordem mundial unipolar formada após o colapso da URSS”.
De acordo com Shoigu, a atividade dos aviões de reconhecimento da OTAN perto das fronteiras da Rússia aumentou mais de 30% em comparação com o ano passado.
O ministro explicou ainda que seu país se ofereceu à OTAN para reduzir o número de exercícios militares durante a pandemia do coronavírus para evitar maiores complicações nas relações, mas que Bruxelas tomou a ideia de Moscou “negativamente”.
Ao mesmo tempo, Shoigu denunciou que “uma campanha de propaganda em grande escala” foi lançada na mídia ocidental contra a Rússia para convencer a comunidade mundial “da alegada agressividade da política externa e militar da Rússia”.
Resposta russa a “ações hostis”
O ministro garantiu que a Rússia não busca uma nova corrida armamentista, mas que se vê obrigada a melhorar suas capacidades de combate em resposta às “ações hostis” da Aliança Atlântica, “para garantir a segurança e proteger os interesses nacionais”.
“Todas as medidas tomadas visam unicamente ao fortalecimento da defesa, são de escala limitada e correspondem aos perigos militares modernos”, frisou Shoigú.