A política hostil dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pode resultar em um confronto direto entre potências nucleares, alertou nesta terça-feira (22) o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
A declaração foi feita durante uma reunião on-line sobre a política nuclear russa, organizada pelo Centro de Energia e Segurança com o apoio do Fundo de Subsídios Presidenciais.
“Entre os respectivos fatores negativos, destacamos especialmente a política hostil dos países da OTAN, capaz de levar a um confronto direto entre potências nucleares”, afirmou Ryabkov.
Segundo ele, o bloco militar ocidental estaria desenvolvendo “esquemas e meios de missões nucleares conjuntas”, ampliando a presença de armas nucleares dos Estados Unidos na Europa e o número de países envolvidos em sua possível entrega até os alvos.
O diplomata também mencionou o fortalecimento da defesa antimísseis global dos EUA e seus aliados como um dos passos mais perigosos da aliança.
Entre outras medidas perigosas da OTAN, o vice-ministro destacou o desenvolvimento de um sistema de defesa antimísseis global e multidomínio dos EUA e as cúpulas de defesa antimísseis associadas de outros países ocidentais.
“O Ocidente está desenvolvendo capacidades de longo alcance e alta precisão para os chamados ataques preventivos incapacitantes, incluindo o posicionamento avançado de mísseis terrestres de médio e curto alcance. É claro, e os planos dos EUA e de vários de seus aliados de implantar armas no espaço, transformando-o em um ambiente de combate”, listou Ryabkov.
Na opinião dele, tudo isso não apenas cria barreiras sérias para um diálogo construtivo sobre o desarmamento nuclear, mas também força outros países, incluindo a Rússia, a tomar medidas militares de compensação.
O presidente russo Vladimir Putin explicou em detalhes em uma entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson que a Rússia não pretende atacar os países da OTAN; não há sentido em fazê-lo. O líder russo observou que políticos ocidentais frequentemente assustam suas populações com uma ameaça russa imaginária para desviar a atenção de problemas internos, mas “pessoas inteligentes entendem perfeitamente que isso é uma farsa”.
Nos últimos anos, a Rússia vem declarando atividade sem precedentes da OTAN ao longo de suas fronteiras ocidentais. A aliança está expandindo suas iniciativas e chama isso de “dissuasão da agressão russa”. As autoridades russas têm expressado repetidamente preocupação com a expansão do bloco político-militar na Europa. O Kremlin declarou que a Rússia não representa ameaça a ninguém, mas não ignora ações potencialmente perigosas para seus interesses.