Moscou advertiu que o aumento da atividade militar dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) perto das fronteiras russas pode ter consequências perigosas.
O vice-ministro da Defesa da Rússia, Aleksandr Fomin, acusou nesta segunda-feira (28) os EUA e seus aliados de usarem “retórica agressiva” e lembrou ações provocativas da OTAN perto das fronteiras russas.
“Em 2020, a atividade das forças aéreas e navais da aliança aumentou significativamente, e situações que podem levar a incidentes graves estão surgindo cada vez mais […]. Essas ações foram abertamente provocativas. Os incidentes foram evitados apenas graças ao alto nível de treinamento profissional de pilotos e marinheiros russos”, afirmou Fomin em declarações ao jornal Rossiyskaya Gazeta.
Fomin destacou que a OTAN realizou um exercício naval no mar de Barents no mesmo dia das comemorações dos 75 anos da Grande Guerra pela Pátria (parte da Segunda Guerra Mundial, compreendida entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, e limitada às hostilidades entre a União Soviética e a Alemanha nazista e seus aliados). Além disso, mais de 15 voos de bombardeiros estratégicos B-52H e B-1B dos EUA foram registrados apenas em agosto e setembro “nas imediações da fronteira russa”.
O vice-ministro lembrou também dois incidentes recentes, nos quais destróieres britânicos e norte-americanos entraram no que a Rússia considera suas águas territoriais. Em novembro, após uma incursão do destróier norte-americano USS John McCain, quando a Marinha russa ameaçou expulsar o navio de suas águas perto da baía de Pedro, o Grande, os EUA classificaram as reivindicações territoriais marítimas de Moscou como “excessivas”.
“Estamos preparados para um diálogo profissional e construtivo sob a condição de cumprimento dos princípios de respeito e interesses mútuos”, concluiu Fomin.