O presidente da Rússia Vladimir Putin advertiu hoje que o país está preparado para responder com “medidas militares e técnicas”, ao que ele chamou de ações pouco amistosas do Ocidente, em meio à escalada das tensões sobre o conflito na Ucrânia. Apesar da citação ao uso de “medidas militares e técnicas”, Putin não explicou quais seriam essas ações.
Os países ocidentais acusam o Kremlin de ter mobilizado dezenas de milhares de soldados para a fronteira com a Ucrânia, em preparação para uma ofensiva.
“Caso se mantenha esta posição, que é claramente muito agressiva por parte dos nossos colegas ocidentais, vamos adotar medidas militares e técnicas que sejam apropriadas e reagiremos duramente a medidas hostis”, afirmou Putin, durante uma reunião no Ministério da Defesa, em um momento em que aumenta o temor de uma invasão russa na Ucrânia.
“O reforço dos agrupamentos militares dos Estados Unidos e da OTAN nas fronteiras russas, assim como a organização de manobras militares de envergadura, constituem uma séria fonte de preocupação”, declarou ele.
A agência de notícias estatal TASS, Putin declarou que o país “tem todo o direito” de realizar ações para manter a sua segurança e soberania.
O presidente russo voltou a insistir em que os Estados Unidos e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) deve dar garantias de segurança à Rússia, mediante a assinatura de tratados que proíbam a expansão da Aliança Atlântica.
Putin já havia feito esse tipo de exigência jurídica a seu homólogo americano, Joe Biden, durante sua videoconferência no início de dezembro.
Moscou anexou a península ucraniana da Crimeia e é suspeita de apoiar os separatistas pró-russos do leste deste país mergulhado em uma guerra que deixou quase 13 mil mortos desde 2014. Além disso, derrotou facilmente a Geórgia em 2008.
O Ocidente se recusa a fechar as portas da OTAN a estes dois países, mas seus processos de adesão permanecem congelados.
Conversas entre a Rússia e os EUA
A Rússia e os Estados Unidos iniciaram negociações sobre a cobrança por garantias de segurança feitas por Moscou em meio ao conflito entre os dois países devido a uma suposta invasão à Ucrânia pelos russos.
De acordo com a Reuters, um diplomata russo disse haver a possibilidade de que os países cheguem a um entendimento. Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, também comentou que os EUA “expressaram disposição” para o começo de uma conversa sobre o tema.
Apesar disso, Putin afirmou que o país só aceitará “garantias juridicamente vinculativas de longo prazo” com Washington e comentou que os EUA se retiram de tratados internacionais “que por uma razão ou outra se tornam desinteressantes para eles”.
O Kremlin ainda afirmou que não exige nenhum termo especial e exclusivo para o país. “A Rússia representa segurança igual e indivisível em todo o espaço da Eurásia”, finalizou.
Fonte: AFP.