A Rússia disse que continuará a cooperação técnico-militar com o Irã, apesar da pressão dos EUA e da dificuldade criada pela pandemia do coronavírus.
Continuaremos com nossa cooperação técnico-militar com o Irã, mesmo com toda a intimidação dos Estados Unidos e a dificuldade criada pelo novo coronavírus, que causa o COVID-19, destacou nesta quinta-feira María Zajárova.
Os comentários do diplomata russo vêm dias após o fim do embargo de armas contra o Irã, apesar da intensa campanha dos EUA para estendê-lo.
As sanções à compra ou venda de armas impostas a Teerã expiraram em 18 de outubro, no âmbito da Resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), que endossa o acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irã e cinco outros poderes. Os Estados Unidos retiraram-se do pacto em 2018.
Muito irritado com o levantamento das restrições anti-iranianas, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, advertiu que seu país não hesitaria em punir quem contribuísse materialmente para o fornecimento, venda ou transferência de armas de ou para o Irã.
Muitos países como a Rússia, entretanto, rejeitaram a ameaça americana, apoiando o direito legítimo de Teerã de participar do comércio de armas convencionais.
Em entrevista coletiva, Zakharova disse que Teerã e Moscou também estão cooperando em questões internacionais, como as negociações de paz na Síria – conhecidas como processo de paz de Astana.
O porta-voz destacou o aumento do volume de comércio entre o Irã e a Rússia em meio à pandemia e lembrou que as partes estão discutindo a possibilidade de cooperar na produção da vacina russa contra COVID-19.
Moscou e Teerã cooperam para resolver o conflito de Nagorno Karabakh
Sobre o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão sobre o enclave de Nagorno Karabakh, Zajárova explicou que o Irã e a Rússia estão se coordenando para encerrar os combates e garantir a segurança no sul do Cáucaso.
Moscou e Teerã, acrescentou a porta-voz, têm relações amigáveis de longa data. A cooperação entre os dois países sempre contribuiu para o alcance da paz, segurança e estabilidade na região, destacou.
A porta-voz da Diplomacia Russa disse que ambos os aliados rejeitam o conflito em Nagorno Karabakh e exortaram as partes na disputa a cessar as hostilidades e respeitar os padrões internacionais e a Carta das Nações Unidas.
Azerbaijão e Armênia retomaram seus confrontos na região fronteiriça de Nagorno Karabakh em 27 de setembro, acusando-se mutuamente de terem desencadeado essa espiral de guerra.
As duas partes estão em conflito desde o início do conflito de Nagorno Karabakh em 1988, quando este enclave, com o apoio do governo da Armênia, decidiu se tornar independente da então República Socialista Soviética do Azerbaijão.