Moscou enfrentará as tentativas de Washington de usar o Conselho de Segurança da ONU para pressionar Teerã, disse na terça-feira o representante permanente da Rússia na organização, Vasili Nebenzia.
“Vemos os EUA pedindo ao Conselho de Segurança da ONU que demonstre unidade e adotem uma nova proibição de fornecimento de armas”, disse o diplomata, referindo-se à extensão do embargo de armas pequenas ao Irã, que expira em Outubro.
“Não podemos aceitar tentativas no conselho de abençoar a política americana de máxima pressão sobre o Irã”, afirmou. Ele também chamou o esboço da resolução dos EUA sobre a extensão do embargo “utopia”.
O embargo em questão está ligado ao tratado nuclear assinado por Teerã em 2015, do qual os EUA se retiraram há quase dois anos. Ele afirma que Teerã “não deve fornecer, vender ou transferir, direta ou indiretamente, de seu território, por meio de seus cidadãos ou usando seus navios ou aeronaves de bandeira, quaisquer armas ou materiais relacionados”. Além disso, o texto declara que “todos os Estados membros da [ONU] proibirão a aquisição desses itens do Irã por seus cidadãos ou usando navios ou aeronaves de bandeira, sejam eles originários ou não do território iraniano”.
No final de abril, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, expressou esperança de que o Conselho de Segurança da ONU estenda as restrições antes de outubro. Na segunda-feira, as autoridades sauditas apoiaram abertamente Washington, alegando que o levantamento do embargo permitiria ao Irã desestabilizar a região.
Por sua parte, nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores iraniano riscou a declaração de “piada amarga”. Um dia antes, em Teerã, eles indicaram que a extensão do embargo “é contrária às disposições da resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU” e terá consequências.