A inteligência militar da Ucrânia foi acusada por Moscou na sexta-feira, 21 de abril, de contratar mercenários curdos na Síria e armá-los para realizar drones e outros ataques a instalações militares russas no país. Para abrir esta frente do Oriente Médio contra seu inimigo, a Ucrânia teria contratado oficiais e combatentes do Exército Democrático Sírio. O SDF foi estabelecido pelos Estados Unidos com o duplo propósito de combater os bandos do ISIS que invadem as regiões curdas do nordeste da Síria e defendem essas regiões do domínio do regime de Assad.
De acordo com os russos, o esquema de Kiev foi a segunda revelação a surgir nos documentos do Pentágono que vazaram recentemente. Dizem que eles divulgaram especificamente que os líderes do SDF discutiram a possibilidade de receber suprimentos de armas de defesa aérea da Ucrânia, ao mesmo tempo em que planejavam maneiras de ocultar seu objetivo de atacar alvos russos. De acordo com Moscou, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apoiou o esquema pessoalmente.
Nenhum comentário sobre este relatório foi feito por Washington. A única resposta veio do SDF, que negou categoricamente ter assumido qualquer papel no conflito Ucrânia-Rússia. Tornar os curdos SDF cúmplices em uma conspiração da Ucrânia contra as tropas russas na Síria visa claramente estigmatizar a força curda patrocinada pelos americanos.
As fontes do DEBKAfile descobrem que a alegação russa ocorre uma semana depois que as medidas para curar os laços da Síria com o mundo árabe levaram a uma visita crucial a Damasco do ministro das Relações Exteriores saudita, príncipe Faisal bin Farhan, para discutir o convite do presidente Bashar Assad para a próxima cúpula árabe, encerrando assim anos de ostracização.
A reivindicação de Moscou também coincide com uma complicada iniciativa diplomática iniciada pelo presidente francês Emmanuel Macron. Conversas estão ocorrendo entre altos funcionários do Eliseu e o governo chinês para lançar conversações russo-ucranianas neste verão para encerrar seu conflito – junto com uma segunda via em termos para a China retirar sua ameaça a Taiwan.