Sob cobertura de exercícios da OTAN no mar Negro, a Ucrânia tenta resolver militarmente seus próprios problemas, mas pode criar uma nova catástrofe para toda a Europa, anunciou o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
Em um programa no canal de televisão Rossiya 1 neste domingo (21), Dmitry Peskov disse:
“Muito provavelmente, a Ucrânia está fazendo mais uma tentativa de começar a resolver pela força seu próprio problema. De criar mais uma desgraça para ela mesma e para todos na Europa. É isso que a Ucrânia tenta obter. E está tentando isso, provavelmente, sob cobertura desses mesmos exercícios da OTAN, dos navios da OTAN no mar Negro, dos soldados americanos e britânicos na região, que são cada vez mais. Isso é certamente uma cena triste. Porque isso terá repercussões muito graves”.
Numerosas publicações e declarações nos países ocidentais sobre a preparação de uma invasão russa da Ucrânia fazem pensar que não são de excluir provocações e que essa histeria está sendo intensificada artificialmente, segundo o porta-voz.
Para sair da situação tensa nas relações entre Moscou e o Ocidente, a Aliança Atlântica deve cessar suas provocações perto das fronteiras da Rússia.
“Há uma saída. A OTAN deve cessar sua atividade provocativa perto das nossas fronteiras, a OTAN deve parar o avanço de sua infraestrutura, tanto política como militar, rumo a nossas fronteiras. Os Estados Unidos e seus aliados devem parar de concentrar seu punho militar ao longo de nossas fronteiras”, enfatizou.
Além disso, segundo suas palavras, “os países da OTAN devem deixar de encher a Ucrânia de armas modernas, inspirando dessa maneira a Ucrânia para ações loucas”, acrescentou.
O porta-voz presidencial ainda acentuou que em um mês o presidente Vladimir Putin poderá restar a única testemunha em exercício dos Acordos de Minsk, enquanto a Alemanha, França e Ucrânia não entendem, ou não querem entender, que esses acordos são “a pedra angular” para resolver o conflito interno ucraniano.
As autoridades ucranianas iniciaram, em abril de 2014, uma operação militar contra as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, que declararam sua independência após o golpe de Estado no país em fevereiro de 2014. Segundo os dados mais recentes da ONU, cerca de 13 mil pessoas foram vítimas do conflito. A resolução da situação na região está no centro da discussão nas reuniões do grupo de contato de Minsk, que, desde setembro de 2014, já aprovou três documentos reguladores da desescalada do conflito. Porém, mesmo após os acordos sobre cessar-fogo entre os lados, as escaramuças continuam.