Tropas russas intensificaram neste fim de semana os bombardeios na cidade de Severodonetsk, na região de Luhansk, leste da Ucrânia. Autoridades ucranianas disseram que o Kremlin tenta bloquear a rodovia Lisichansk-Bakhmut, importante para o abastecimento da cidade.
Serhi Haidai, governador regional de Luhansk, informou que a Rússia ainda não tem o controle total de Severodonetsk, mas continua a bombardear áreas ao redor da cidade. Em publicação no Telegram neste domingo (19.jun.2022), ele falou que “a batalha por Donbass não se desenrola de acordo com o cenário do inimigo”.
Segundo ele, “o inimigo controla a maior parte de Severodonetsk”, mas “os russos, pelo 4º mês seguido, não podem capturar uma pequena parte de Luhansk” .
A situação da cidade, conforme o governador, é “muito difícil”. Ele disse que os russos destruíram 3 pontes na última semana, impossibilitando a retirada de civis e a entrega de suprimentos. Haidai falou ainda que “o inimigo realiza reconhecimento aéreo 24 horas por dia, via drones” e se ajusta “rapidamente às mudanças nos redutos de defesa”. Ele informou terem sido destruídos postos de controle e estações de tratamento de esgoto.
Luhansk e Donetsk fazem parte da região separatista do Donbass –que está quase toda sob controle dos russos. Em 19 de abril, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início de uma “nova fase” da guerra na Ucrânia, focada no Donbass.
Estima-se que 10.000 pessoas ainda estejam em Severodonetsk –centenas escondidas em bunkers em uma fábrica sob bombardeio quase constante. A Ucrânia disse ser impossível realizar evacuações em larga escala.
Russos tentam se aproximar de Kharkiv, 2ª maior cidade do país, localizada a noroeste de Luhansk. O Kremlin pretende, segundo funcionário do Ministério do Interior ucraniano citado pela Reuters, transformar o local em uma “cidade da linha de frente” da batalha..
OTAN
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, disse que “ninguém sabe” quanto tempo a guerra vai durar, mas é preciso se “preparar para o fato de que pode levar anos” para o conflito chegar ao fim.
Segundo ele, “a Otan continuará apoiando a Ucrânia em sua autodefesa, mas não faz parte do conflito”.