Países se unem para combater o unilateralismo e “ameaça de sanções” criando grupo em defesa da Carta das Nações Unidas (ONU).
Dezesseis países se uniram no grupo intitulado “Grupo de Amigos em Defesa da Carta das Nações Unidas” para defender a Carta da ONU contra o uso ou ameaça de força e sanções unilaterais, de acordo com uma nota conceitual vista pela Reuters na quinta-feira (11).
Além de Rússia, Irã e China, os demais membros do coletivo são: Coreia do Norte, Argélia, Angola, Bielorrússia, Bolívia, Camboja, Cuba, Eritreia, Laos, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Síria e Venezuela.
Segundo a nota, o grupo descreveu que há ataques “sem precedentes” contra o multilateralismo e que a imposição de medidas coercitivas e retirada de acordos globais eram sinais de crescente unilateralismo.
“O mundo está vendo um crescimento do unilateralismo, marcado por ações isolacionistas e arbitrárias, incluindo a imposição de medidas coercitivas unilaterais ou a retirada de acordos e instituições multilaterais históricos, bem como tentativas de minar os esforços críticos para combater desafios comuns e globais. O multilateralismo está atualmente sob um ataque sem precedentes, que, por sua vez, ameaça à paz e à segurança globais”, expressa a nota conceitual segundo a mídia.
O movimento dos 16 países acontece no momento em que o novo governo do presidente dos EUA, Joe Biden, aumenta seu engajamento multilateral com aliados, revertendo a abordagem unilateral preferida do ex-presidente, Donald Trump, enquanto se concentrava em uma política “America First” (América Primeiro, na tradução).
A Carta da ONU é o tratado fundamental das Nações Unidas que articulou um compromisso de defender os direitos humanos e um amplo conjunto de princípios relacionados a “problemas econômicos, sociais, de saúde e afins”, assim como manter o “respeito universal e observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião”.
Como carta constitutiva, é um tratado constituinte, e todos os membros estão vinculados a seus artigos. O documento foi assinado em 1945 por 50 países.
No entanto, um alto diplomata europeu, falando sob condição de anonimato, respondeu que: “Esses supostos amigos são os que mais fizeram para violar a Carta. Talvez eles devessem começar respeitando os direitos humanos e as liberdades fundamentais em seus próprios países”, disse o diplomata citado pela mídia.