A Rússia enviou tropas de paraquedistas para o Cazaquistão nesta quinta-feira para dissipar um levante no país após a violência se espalhar por todo o território da ex-República soviética.
A polícia disse que havia matado dezenas de amotinados na principal cidade do país da Ásia Central, Almaty. A televisão estatal do país afirmou que 13 membros das forças de segurança morreram, incluindo dois que foram decapitados.
Jornalistas da Reuters em Almaty disseram que uma residência presidencial e a prefeitura da cidade estavam em chamas. Até a tarde de quinta-feira, o aeroporto da cidade, que havia sido tomado por manifestantes mais cedo, estava sob o firme controle de equipes militares. Veículos queimados enchem as ruas do país.
Vários veículos blindados e dezenas de tropas haviam adentrado a praça principal de Almaty na manhã de quinta-feira, e tiros podiam ser escutados enquanto as tropas se aproximavam da multidão, reportaram correspondentes da Reuters a partir da cena.
A praça parecia pacífica mais tarde na quinta-feira, com um número de entre 200 e 300 manifestantes ainda reunidos sem nenhuma presença de tropas no local.
A internet foi desligada por todo o país e a extensão total da violência é impossível de se calcular. Mas a agitação é inédita para o Cazaquistão, governado de maneira firme desde os tempos da União Soviética pelo líder Nursultan Nazarbayev, de 81 anos, que segurou as rédeas do país mesmo tendo renunciado três anos atrás do cargo de presidente.
O sucessor escolhido por Nazarbayev, o presidente Kassym-Jomart Tokayev, pediu durante a noite a presença de tropas da aliada Rússia como parte de uma aliança militar de ex-Repúblicas soviéticas. Ele responsabilizou terroristas treinados no exterior pelos tumultos e disse que eles capturaram prédios e armas.
“É uma deterioração da integridade do Estado e, mais importante, é um ataque contra nossos cidadãos que estão me pedindo… que os ajude urgentemente”, disse.
Moscou disse que fará consultas com o Cazaquistão e aliados sobre novas medidas de apoio às “operações de contra-terrorismo” das autoridades cazaques. Também classificou a revolta como uma tentativa de inspiração estrangeira para minar a segurança do país pela força.
Nem o Cazaquistão nem a Rússia forneceram evidências que apoiassem suas alegações de envolvimento estrangeiro.
Fonte: Reuters.