Em meio a intensos combates com as forças ucranianas, os russos trouxeram sua versão da MOAB (Mãe de Todas as Bombas) para o campo de batalha da Ucrânia no sábado, 26 de fevereiro, terceiro dia de sua invasão. O Tos-1 Buratino, bem como mísseis de cruzeiro disparados da frota russa do Mar Negro, atingiram Kiev e outras cidades onde os combates acontecem.
O Ministério do Interior ucraniano alertou os civis no início do sábado para ficarem fora das ruas e permanecerem o mais calmos possível. “Se você tem um abrigo, fique lá”, dizia a mensagem. “Caso contrário, fique longe de janelas e varandas, abrigue-se nos banheiros e corra para se proteger quando ouvir as sirenes.”
O presidente Volodymyr Zelensky caminhou pelas ruas de Kiev sob bombardeio e tirou selfies para transmitir uma mensagem: “Estou aqui. Não vamos depor nenhuma arma. Defenderemos nosso estado, porque nossas armas são nossa verdade”. Seu gesto visava refutar as alegações russas de que ele havia fugido da capital em apuros.
Moscou também relatou ter tomado o porto de Mariupol, no sul. Os combates continuam em Odessa e outras cidades ucranianas. O porta-voz do Ministério da Defesa russo Igor Konashenkov divulgou os seguintes números da operação militar até agora: 87 tanques ucranianos destruídos, 7 aviões da força aérea e 9 helicópteros desativados; 14 aeroportos militares atingidos, bem como 19 centros de comando e 24 baterias de mísseis. Os tipos de mísseis não foram especificados.
O Ministério da Defesa ucraniano afirmou na sexta-feira que os dois primeiros dias de guerra resultaram na morte de 2.800 soldados russos, destruíram 80 tanques e derrubaram 17 aeronaves e helicópteros.
Fontes de inteligência ocidentais na manhã de sábado julgaram que, como o avanço das forças russas ficou atrás do planejamento e até agora não conseguiu capturar Kiev, o presidente Vladimir Putin decidiu intensificar a operação com a arma mais pesada implantada por seu exército, menos uma ogiva nuclear. O termobárico Tos-1 Buratino cria uma enorme onda de choque e pressão negativa. Foi anteriormente implantado por Moscou no Afeganistão, Chechênia e Iraque, bem como na operação para a captura do aeródromo da cidade de Aleppo, no norte da Síria, em 2016.