O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, disse nesta quarta-feira (3) que o governo Trump “não vai parar por aqui”, em relação ao ataque a barco venezuelano, e mandou recados ao presidente Nicolás Maduro.
Na terça-feira, a Marinha dos EUA realizou um ataque a uma embarcação no Caribe que o governo Trump disse ter vindo da Venezuela e estar carregada com drogas. Segundo Trump, membros da gangue venezuelana Tren de Aragua e 11 pessoas a bordo morreram.
Durante entrevista à TV americana “Fox News” nesta quarta, Hegseth rebateu acusações de ataque ser falso e afirmou que Maduro “deveria estar preocupado” e “tem algumas decisões a tomar, como se ainda quer ser um narcotraficante”.
“Definitivamente não foi inteligência artificial. Eu estava assistindo ao vivo [no momento do ataque], sabíamos exatamente o que estavam fazendo e o que representavam. (…) Trump está disposto a ir à ofensiva e enviou uma mensagem muito clara aos cartéis. (…) A única pessoa que deveria estar preocupada é Maduro, que é um chefão do tráfico que afeta o povo americano”, disse o secretário.
O ataque ocorre em meio a uma escalada de tensões entre EUA e Venezuela. O governo norte-americano enviou sete navios de guerra, um submarino nuclear e aviões espiões para o sul do Caribe. A Casa Branca alega que a operação tem como objetivo combater o tráfico de drogas. Maduro acusa os EUA de buscarem uma mudança de regime para entregar o país nas mãos da oposição.
Uma mudança de regime na Venezuela “é uma decisão de nível presidencial”, disse Hegseth, em referência a Trump. “Estamos preparados com cada recurso militar que nosso Exército dispõe”, completou. A Casa Branca deixou no ar se fará uma operação militar na Venezuela e já negou buscar uma mudança de regime, mas ao mesmo tempo prometeu usar “toda a força” contra Maduro.
Os navios de guerra começaram a chegar ao Caribe no final de agosto. Hegseth chamou as embarcações de “incríveis” e disse que estão se reunindo na região do Caribe. Especialistas avaliam que os EUA se preparam possível operação militar na Venezuela, porque os mísseis Tomahawk —de grande alcance e alta precisão— que as embarcações carregam não têm como objetivo principal combater cartéis de drogas, disse analista ao g1.
Ataque no Caribe
O presidente dos EUA, Donald Trump, foi quem primeiro anunciou o ataque, que logo foi confirmado por outras autoridades do país.
“Na manhã de hoje, sob minhas ordens, as Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram um ataque cinético contra narcoterroristas do Tren de Aragua. (…) O ataque ocorreu enquanto os terroristas estavam no mar, em águas internacionais, transportando narcóticos ilegais com destino aos Estados Unidos. (…) Que isso sirva como aviso para qualquer um que sequer pense em trazer drogas para os Estados Unidos da América. CUIDADO!”, afirmou Trump em publicação na rede social Truth Social.
Trump disse ainda que o grupo narcotraficante opera sob o controle de Maduro. Horas depois, o presidente venezuelano negou o ataque americano e disse que o vídeo divulgado por Trump foi produzido com inteligência artificial. Nesta quarta, Hegseth disse que o vídeo não é IA.
Fonte: G1.