Estamos em pleno Shavuot – a Festa das Semanas – coincidindo com a época do Pentecostes, o dia em que a Igreja nasceu em Jerusalém.
“Também guardarás a Festa das Semanas, que é a festa das primícias da sega do trigo, e a festa da colheita no fim do ano. Três vezes ao ano todos os homens aparecerão perante o Senhor Deus, o Deus de Israel.” – Êxodo 34.22-23.
“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” – Actos dos Apóstolos 2.1-4.
Qual é a conexão entre Deus dando a Lei de Moisés no Monte Sinai, e derramando o Seu Espírito no Livro dos Actos? Ambos os eventos são celebrados na Festa Bíblica das Semanas – Shavuot – conhecido no Novo Testamento como Pentecostes.
Cinquenta dias, ou sete semanas após a Páscoa, o povo judeu celebra o Shavuot (“semanas”, no hebraico). Ao mesmo tempo, os cristãos celebram o Pentecostes (“cinquenta dias” no grego).
Segundo a tradição judaica, Deus chamou Moisés ao cimo do monte Sinai e entregou-lhe a Lei – as duas tábuas nas quais foram escritos os 10 Mandamentos – bem como toda a Torá, no dia do Shavuot.
Segundo o rabino Welton, “Alguns dentre o povo judeu acham que a Torá é como o anel de casamento entre eles e Deus, segundo o espírito do verso: “E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.” (Oséias 2.19-20).
O rabino acrescenta ainda: “A cada ano, no Shavuot, renovamos os nossos votos nupciais com o nosso Amado. Muitas pessoas têm por costume ficarem acordadas a noite inteira, estudando a Torá, de forma a renovarem a grande empolgação e amor que se tem na noite de casamento.”
Boaz Michael, fundador da organização “First Fruits of Zion”, comentou: “Há muitos paralelismos maravilhosos que ocorrem no Shavuot. Imagine-se o Monte Sinai com as montanhas acima, a aliança dada ao povo de Israel. Isso faz-nos lembrar da “chuppah” (cobertura) por cima do noivo e da noiva. Isso diz-nos que Deus está fazendo uma aliança com a Sua noiva, Israel. Há um casamento a decorrer.”
“O Shavuot é o culminar de uma série de eventos: fomos finalmente libertos da escravidão do Egipto, peregrinámos pelo deserto, e chegámos agora ao Monte Sinai. É aqui que entramos numa relação íntima com Deus, através da dádiva dos Seus mandamentos e então da aliança que Ele nos dá, a Torá.”
E conclui: “Assim, este evento conecta-nos a Actos 1 verso 8, onde Jesus diz aos Seus discípulos que eles irão receber o Espírito Santo e levar esta mensagem até Jerusalém, Judeia, Samaria, e até aos confins da terra.”
Deus ordenou que o Seu povo subisse a Jerusalém três vezes ao ano, e uma dessas ocasiões era o Shavuot: “Três vezes no ano todo o homem entre ti aparecerá perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher, na festa dos pães ázimos, e na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos: porém não aparecerá vazio perante o Senhor.” (Deuteronómio 16.16).
O Novo Testamento relata que judeus de todo o mundo estavam reunidos em Jerusalém quando o Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes.
Se para os judeus este dia é de grande importância pela dádiva da Lei, para nós cristãos, a importância é ainda maior, pois foi-nos concedida a dádiva do Espírito Santo de Deus para habitar connosco para sempre, iniciando nesse mesmo dia a formação da Igreja, o Corpo do próprio Cristo!