Israel tem sido o principal beneficiário da guerra da Síria e de outras crises no Oriente Médio, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Síria.
A afirmação veio de Faisal Mekdad durante a Cúpula do Movimento Não-Alinhado (NAM), em Baku. Mekdad também afirmou que Damasco manterá sua soberania sobre as Colinas de Golã, ocupadas por Israel.
“Todos sabemos que o primeiro beneficiário do que está acontecendo na Síria e na região é a ocupação israelense que vem ocorrendo há décadas sem punição. Israel não apenas ocupou os territórios palestinos, as Colinas de Golã da Síria e outras partes do Líbano, além de seus crimes contra refugiados, mas [Israel] também conduziu ataques sem precedentes ao meu país e a outros países da região”, disse Mekdad.
Na opinião do político sírio, essa situação pode levar a “cenários inesperados e ameaças à paz e segurança internacionais”.
“Portanto, reiteramos que a guerra terrorista contra a Síria e os repetidos ataques à sua integridade territorial não nos farão abandonar nossa luta com base no direito internacional e nas resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU”, acrescentou Mekdad.
O político sírio enfatizou que as Colinas de Golã continuam sendo um território sírio e não cabe aos Estados Unidos decidir a quem pertencem.
Israel estabeleceu o controle militar sobre as Colinas de Golã em 1967 e anexou a região em 1981, embora a anexação nunca tenha sido reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). As Colinas de Golã são amplamente vistas como uma área estratégica excepcionalmente importante, principalmente devido ao fato de oferecer uma visão clara da Síria e de Israel.
Em março, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou endosso à soberania israelense sobre as Colinas de Golã.
O Movimento Não-Alinhado (NAM) foi criado em 1961 para unir estados em desenvolvimento que não fazem parte de nenhum pacto de defesa coletiva no interesse de qualquer grande potência. Hoje, é a segunda maior organização internacional depois da ONU, com 120 estados membros. Foi formado após os processos de descolonização na África, Ásia e outras partes do mundo, em torno dos valores de independência, igualdade, soberania e integridade territorial.
Fonte: Sputnik.