As bombas que destruíram as instalações nucleares do Irã na noite de domingo não foram apenas ataques militares — foram pontos de virada na maior história da humanidade. Essa é a perspectiva extraordinária que o rabino Yosef Bronstein ofereceu poucos dias antes de bombardeiros furtivos americanos transformarem sua teoria narrativa em notícia de última hora.
“A Bíblia é uma história”, disse o professor de filosofia da Universidade Yeshiva a uma plateia global na noite de quinta-feira. “Ela tem um começo, um meio e um fim — e nós somos os personagens que escrevem seus capítulos finais.”
Sua tese era diferente de tudo o que outros comentaristas já haviam dito: não se trata de profecias antigas se tornando realidade, mas de nos compreendermos como participantes ativos de uma narrativa divina que começou com a criação e está correndo em direção à sua conclusão culminante. Na noite de domingo, quando o presidente Trump anunciou que o programa nuclear do Irã havia sido “completa e totalmente obliterado”, a visão do rabino Bronstein de uma narrativa bíblica em tempo real parecia profética.
O autor de “Engajando a Essência: A Filosofia da Torá do Rebe de Lubavitch” não estava oferecendo um comentário religioso tradicional. Em vez disso, apresentou algo muito mais convincente: uma estrutura para compreender os eventos atuais como os capítulos mais recentes da história definitiva já contada.
“A Bíblia começa com Gênesis — ‘No princípio, Deus criou os céus e a terra’ — e termina com o mundo escatológico perfeito, onde a presença de Deus é revelada a todos”, explicou o rabino Bronstein, que lidera um centro de treinamento rabínico em Efrat e possui doutorado em estudos talmúdicos. “Entre esses dois pontos, temos uma história em desenvolvimento, na qual Deus está constantemente tentando impulsionar o mundo, desde a criação até a redenção.”
Essa abordagem narrativa transforma tudo. Guerras não são apenas conflitos — são recursos de enredo. Vitórias não são apenas conquistas militares — são desenvolvimento de personagens. E a recente destruição das capacidades nucleares do Irã não é apenas um sucesso geopolítico — é a história avançando em direção à sua conclusão predeterminada.
O rabino Bronstein inspirou-se em uma fonte improvável: J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis. Em seu ensaio “Sobre Histórias de Fadas”, Tolkien explicou por que os humanos são tão atraídos por narrativas de fantasia. Tolkien escreveu: “A Bíblia contém um conto de fadas, ou uma história de um tipo mais amplo, que abrange toda a essência dos contos de fadas.”
“O que é a Bíblia?”, perguntou o rabino Bronstein. “É semelhante a um livro de fantasia. Há um começo, um começo humilde, um meio, desenvolvimento dos personagens, o bem contra o mal, lutas, altos e baixos. Mas, em última análise, da mesma forma que um autor quer conduzir os heróis ao fim, onde todas as peças se encaixam, a um lugar de consolo e redenção — é isso que Deus faz na história humana.”
Essa perspectiva torna a recente operação no Irã muito mais do que uma estratégia militar. Ela representa os heróis da história — Israel e os Estados Unidos — avançando a trama contra as forças do mal em direção à resolução da narrativa. A ousada decisão do presidente Trump de se juntar a Israel na destruição das instalações nucleares iranianas demonstrou o que o rabino Bronstein chamou de Deus agindo por meio de heróis dispostos. Onde outros presidentes e nações hesitaram, Trump agiu decisivamente, tornando os Estados Unidos um participante ativo no que o rabino Bronstein vê como o clímax da história divina. O rabino Bronstein observou a “improvável estatística” dos eventos recentes: 7 de outubro representou uma falha total da inteligência, enquanto a inteligência israelense sobre o Irã se mostrou devastadoramente precisa. “Olhando para trás, temos que ver a providência divina que nos permitiu enfraquecer todos os representantes do Irã, um por um, até que pudéssemos cortar a cabeça da serpente.”
A cabeça da cobra foi de fato decepada na noite de domingo, exatamente como a história parecia exigir.
A percepção mais poderosa do Rabino Bronstein dizia respeito ao papel da guerra nessa narrativa divina. Ao contrário daqueles que veem a guerra como uma tragédia a ser evitada, ele a apresentou como um avanço na trama. Citando o Rabino Abraham Isaac Kook: “Quando uma grande guerra acontece no mundo, as forças messiânicas se agitam.” Guerras não são interrupções na história — são como a história avança.
“Quando guerras nos são impostas”, explicou o rabino Bronstein, “a perspectiva bíblica é que é Deus quem orquestra essas guerras para fazer a história avançar em direção ao fim da história”. A imagem que ele compartilhou foi reveladora: o Dia D, onde o bem e o mal se chocaram e a providência divina agiu por meio dos heróis aliados para derrotar a maldade nazista.
Os ataques coordenados entre EUA e Israel no domingo seguem o mesmo padrão narrativo. A disposição do presidente Trump de se juntar a Israel nessa luta — onde outros líderes se recusariam — exemplifica a visão do rabino Bronstein de que Deus orquestra os eventos por meio de representantes corajosos dispostos a desempenhar seus papéis heroicos.
A estrutura do Rabino Bronstein revela por que este momento parece tão significativo. Não estamos apenas testemunhando manobras geopolíticas — estamos observando a história bíblica atingir seu clímax. A ação coordenada entre Israel e os Estados Unidos, com Trump assumindo corajosamente o papel que outros líderes evitavam, representa exatamente o que o Rabino Bronstein descreveu: heróis avançando voluntariamente a narrativa de Deus em direção à sua conclusão destinada.
Seja por meio de ações geopolíticas ou simples atos de gentileza, cada pessoa tem um papel no avanço da narrativa em direção à sua conclusão prevista. “Se isso significa viver os valores bíblicos, fazer um favor ao próximo, apoiar Israel do mundo todo — quaisquer pequenas coisas que possamos fazer para ajudar a história a avançar.”
Três dias após sua apresentação, enquanto as instalações nucleares do Irã estavam em ruínas e o mundo testemunhava o que parecia uma intervenção divina por meio da ação humana, a visão do rabino Bronstein sobre a narrativa bíblica participativa parecia menos uma teoria literária e mais um manual de instruções para entender nossos tempos.
Não estamos apenas testemunhando a história — estamos escrevendo os capítulos finais da Bíblia. E a história, sugere o Rabino Bronstein, está se aproximando do tão esperado final feliz.