A Ucrânia “nunca esteve mais perto” de aderir à OTAN do que agora, disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, na quinta-feira, ao discursar perante o Parlamento Europeu.
Segundo Stoltenberg, isso se deve a três fatores. Primeiro, a OTAN concordou com um pacote de ajuda considerável para “garantir a plena interoperabilidade entre os militares ucranianos e a OTAN, e a interoperabilidade entre as nossas forças armadas”.
Em segundo lugar, a aliança reforçou a cooperação política institucional com Kiev. “ Estabelecemos o chamado Conselho OTAN-Ucrânia, onde não nos reunimos com a Ucrânia como parceira, mas como iguais à volta da mesa”, observou Stoltenberg. Acrescentou que é importante transformar este órgão num “instrumento prático e importante para fortalecer os laços entre a OTAN e a Ucrânia”.
Terceiro, durante a cimeira na capital lituana, Vilnius, a aliança cancelou o Plano de Acção de Adesão, que envolvia um conjunto de reformas militares e democráticas que a Ucrânia teve de implementar. “Então, agora convertemos o processo de adesão. Era um procedimento de duas etapas e agora tem apenas uma”, comentou Stoltenberg.
Além disso, o secretário-geral disse que decidir quando Kiev se tornará membro da OTAN cabe à Ucrânia e aos países que fazem parte do bloco. “A Rússia não pode vetar a adesão [à OTAN] de qualquer estado soberano e independente na Europa”, disse ele.
Em meados de Agosto, o diretor do Gabinete do Secretário-Geral da OTAN, Stian Jenssen, sugeriu que a Ucrânia poderia aderir à Aliança Atlântica se cedesse alguns territórios à Rússia. “Penso que uma solução pode ser a Ucrânia desistir de território e obter em troca a adesão à OTAN”, declarou.