A Suécia não exclui a possibilidade de instalar armas nucleares no seu território durante um cenário de guerra, embora não exista tal necessidade em tempos de paz, disse o primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson, nesta segunda-feira (13).
“Temos dois projetos de lei preparados. Segundo eles, a Suécia diz que não teremos tropas permanentes [da OTAN] ou armas nucleares posicionadas em território sueco em tempos de paz […]. É outra coisa durante tempos de guerra. Nesse caso, todos os membros da OTAN se beneficiarão do ‘guarda-chuva nuclear’, que deverá existir enquanto a Rússia possuir armas nucleares”, disse o primeiro-ministro à Rádio Sveriges.
Os Estados democráticos deveriam ser capazes de se defender dos países que os ameaçam com o uso de armas nucleares, disse Kristersson.
“A nossa adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte e toda a defesa sueca visam prevenir tal situação”, disse Kristersson, acrescentando que não teria havido conflito neste momento no caso da adesão da Ucrânia à OTAN.
Em junho, o parlamento sueco deve votar o Acordo de Cooperação em Defesa (ADC, na sigla em inglês) com os Estados Unidos, que foi assinado em dezembro de 2023. O acordo fornece aos EUA acesso aos campos de treino suecos, campos militares, portos, bases aéreas e aeroportos em 17 povoados suecos em todo o país.
A Suécia e a Finlândia apresentaram simultaneamente pedidos de adesão à OTAN em maio de 2022. A Finlândia se tornou o 31º membro da aliança em 4 de abril de 2023. A Suécia se tornou oficialmente o 32º Estado-membro da OTAN em 7 de março.
Nos últimos anos, a Rússia testemunhou uma atividade sem precedentes da OTAN perto das suas fronteiras ocidentais. Moscou expressou repetidamente preocupação com a acumulação de forças da aliança na Europa. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Moscou continua aberta ao diálogo com a OTAN, mas em pé de igualdade, enquanto o Ocidente deveria abandonar a sua política de militarização do continente.