O governo argentino confirmou ontem a morte de duas pessoas nos últimos dias, uma infectada com dengue e outra com sarampo, as primeiras vítimas de cada uma das doenças em meio a surtos no país.
O Ministro da Saúde, Ginés González García, confirmou em entrevista coletiva que em ambos os casos, a mulher que morreu de sarampo e o homem que morreu de dengue, eram pacientes muito vulneráveis.
Ele explicou que em seus registros médicos, sem especificar a quem pertencia cada complicação, havia imunodeficiência, patologias anteriores e um transplante. As duas pessoas eram da área metropolitana de Buenos Aires, na província de mesmo nome.
Primeira morte por sarampo na Argentina desde 1998
No caso do sarampo, é a primeira vítima que a doença faz durante 22 anos no país vizinho. “Infelizmente o que aconteceu nos últimos dias foi uma morte por sarampo, que não existia desde 1998 na Argentina, e o mesmo aconteceu com um caso de dengue”, disse González García, que durante a audiência apresentou um programa de acesso gratuito a medicamentos.
O ministro destacou que a Argentina tem excedentes de vacinas contra o sarampo e considera que deveria haver um esforço de conscientização a fim de aproximar as pessoas dessa forma de prevenção, um assunto para o qual pediu ajuda à imprensa. “Não há problema de disponibilidade”, salientou.
Manter-se alerta contra a dengue
Com relação à dengue, que neste ano já causou 16 mortes no vizinho Paraguai e tem 4 mil casos confirmados, o ministro afirmou que eles devem continuar agindo como um sistema de foco e alerta.
“A Argentina está em alerta máximo para a dengue, especialmente em todas as províncias fronteiriças e na província de Buenos Aires e na cidade”, frisou.
A região metropolitana da capital argentina tem 75 casos de infecção, enquanto que no noroeste, na província de Misiones, o número de casos é semelhante.
Mais medo dessas doenças do que do covid-19
O ministro repetiu o que havia dito em outras ocasiões, dizendo que tem mais medo da dengue e do sarampo do que da epidemia do novo coronavírus, que até hoje matou mais de 2,2 mil pessoas, quase todas elas na China.
Em uma reunião realizada nesta quarta em Assunção, González García e o restante dos ministros da Saúde do Mercosul, incluindo o brasileiro Luiz Henrique Mandetta, disseram que o bloco está preparado para enfrentar possíveis casos de covid-19, mas descartaram que a doença possa se espalhar por toda a região, devido ao distanciamento da Ásia e às diferenças climáticas com o hemisfério norte.
O coronavírus foi uma das doenças em pauta na terceira reunião especial na capital do Paraguai, que detém a presidência temporária do bloco. Na reunião, todos eles concordaram que é necessário padronizar medidas contra o vírus misterioso.
Fonte: EFE.