O Ministério da Defesa de Taiwan alertou nesta terça-feira (29) sobre um possível “aumento acentuado” nas tensões militares depois de relatar uma renovada atividade militar chinesa, incluindo caças cruzando a sensível linha central do estreito de Taiwan.
De acordo com a Reuters, Taiwan tem se queixado há três anos sobre o aumento da pressão militar de Pequim sobre a ilha — que a China considera parte inalienável de seu território — principalmente na intensificação da atividade da Força Aérea chinesa.
Na manhã desta terça-feira, o Ministério da Defesa de Taiwan afirmou ter avistado 12 aeronaves militares chinesas em sua zona de identificação de defesa aérea, das quais sete cruzaram a linha mediana – seis caças J-10 e um único drone. Além disso, o Ministério também informou que cinco navios chineses também realizaram “patrulhas de prontidão para combate”.
Manter o status quo pacífico e estável no estreito de Taiwan é fundamental para a segurança e a prosperidade da região, algo que de acordo com Pequim, tem sido perturbado pelos EUA em sua lógica de expansão para a Ásia-Pacífico desconsiderando seu compromisso com a política de Uma Só China estabelecendo relações em diversos níveis com Taiwan e incentivando os independentistas da ilha.
A última missão chinesa aconteceu no mesmo dia em que o prefeito de Taipé, Chiang Wan-an, do principal partido de oposição de Taiwan, o Kuomintang, que tradicionalmente favorece relações estreitas com Pequim, chegou a Xangai para conversações anuais entre cidades.
“O que o povo de Taiwan quer é paz e prosperidade. Esta é a voz do povo e a posição firme do governo da cidade”, afirmou o gabinete de Chiang.
Falando a repórteres antes de partir para Xangai, o prefeito de Taipé disse que o fórum da cidade era uma boa maneira de manter abertos os canais de comunicação e enviar uma mensagem de “valores pacíficos”.
Ainda de acordo com a mídia, os vereadores da cidade de Taipé do Partido Democrático Progressista, que governa Taiwan, emitiram uma declaração conjunta dizendo que Chiang deveria “falar pelo povo taiwanês” e exigir o fim das atividades militares da China.