Duas aeronaves de guerra da China cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan neste sábado (3). A linha é uma barreira não oficial entre os dois lados, segundo o Ministério de Defesa de Taiwan.
O ministério afirma que detectou a presença de quatro aeronaves e cinco navios que circulavam por volta da ilha de Taiwan.
A China tem feito exercícios militares perto da ilha desde o começo do mês passado. Na sexta-feira, por exemplo, o Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detectado 19 aeronaves e três navios chineses operando em torno de Taiwan. Nenhum deles cruzou a linha mediana do Estreito de Taiwan.
EUA anunciaram pacote
Na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de armas para Taiwan no valor de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), em uma nova tentativa de impulsionar as defesas da ilha.
O anúncio foi feito um mês depois de a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, fazer uma visita a Taiwan. A partir daí, a China continental intensificou as demonstrações de força.
O novo pacote, anunciado pelos EUA e que precisa da aprovação do Congresso, inclui US$ 665 milhões para um sistema de radar de alerta remoto para ajudar Taiwan a rastrear os mísseis que se aproximarem, e US$ 355 milhões para 60 mísseis Harpoon avançados, capazes de afundar navios invasores.
“Instamos Pequim a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan e que estabeleça, ao contrário, um diálogo significativo” com Taipé, acrescentou.
Segundo o Departamento de Estado americano, os Estados Unidos continuam reconhecendo apenas Pequim, que considera a ilha seu território.
“Esta proposta de venda são assuntos de rotina para apoiar os esforços contínuos de Taiwan para modernizar suas forças armadas e manter uma capacidade defensiva confiável”, disse o porta-voz.
“Os Estados Unidos vão continuar apoiando uma resolução pacífica das diferenças através do Estreito, em conformidade com os desejos e os melhores interesses do povo de Taiwan”, acrescentou.
China ameaça com represálias
Após o anúncio, Pequim ameaçou Washington com “medidas de represália” caso não seja cancelado o pacote que, afirmou, “põe em grave perigo” as relações sino-americanas.
A China tomará “as contramedidas legítimas e necessárias à luz do desenrolar da situação”, disse o porta-voz da embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu.
Fonte: G1.