Pyongyang acusa Washington e seus aliados regionais de planejarem uma “invasão armada” à península da Coreia.
Pyongyang alertou para uma resposta militar “esmagadora” depois de os EUA e a Coreia do Sul terem revelado uma nova “estratégia de dissuasão” dirigida à República Popular Democrática da Coreia (RPDC), alegando que os EUA aumentaram a “ameaça nuclear” na península coreana.
Em comentários divulgados pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), nesta quinta-feira (16), um porta-voz militar de Pyongyang respondeu às conversações de alto nível entre Washington e Seul no início desta semana (13).
“As ações dos oficiais militares dos EUA na área fantoche […] mostram claramente que o principal culpado pela escalada da situação na península coreana não é outro senão os Estados Unidos e os seus seguidores”, afirmou o comunicado, referindo-se às reuniões na capital sul-coreana.
O porta-voz prosseguiu dizendo que a Coreia do Norte desenvolveria “capacidades de resposta mais ofensivas e esmagadoras” e prosseguiria com “ações militares de dissuasão estratégica visíveis”.
As conversações conjuntas de segurança envolveram o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e altos responsáveis militares sul-coreanos, que se comprometeram a reforçar as forças nucleares e convencionais como parte de uma “Estratégia de Dissuasão Personalizada” revista contra Pyongyang.
“O nosso compromisso de dissuasão com [a Coreia do Sul] permanece firme — o que inclui uma gama completa das nossas capacidades nucleares, convencionais e de defesa contra mísseis”, disse Austin a jornalistas, passando a elogiar vários destacamentos recentes dos EUA na região.
No início deste ano, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o Pentágono aumentaria a “visibilidade regular” dos meios militares estratégicos na península coreana, esperando que a medida melhorasse a “dissuasão” contra o Norte. Pouco depois, Washington despachou um submarino com mísseis balísticos nucleares para a Coreia do Sul pela primeira vez desde 1981, e mais tarde enviou vários bombardeiros B-52 com capacidade nuclear, atraindo dura condenação de Pyongyang.
Na sua última declaração, o Ministério da Defesa da Coreia do Norte disse que essas medidas apenas aumentaram a “ameaça nuclear”.
Pyongyang codificou em sua legislação, ainda no ano passado, uma nova doutrina sobre armas nucleares, declarando que a aquisição da bomba era “irreversível”, ao mesmo tempo que autorizou o primeiro uso de armas nucleares se um ataque inimigo for “considerado iminente”.
A Coreia do Norte iniciou uma série de testes de armas desde que o presidente Biden assumiu o cargo em 2021 – incluindo mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs, na sigla em inglês) – considerando-os uma resposta legítima aos exercícios militares intensificados dos EUA e da Coreia do Sul na região. Washington, Seul e outros aliados têm repetidamente criticado os lançamentos como provocativos e ilegais à luz do direito internacional, e insistem que os seus jogos de guerra são de natureza puramente defensiva.