Um terremoto de magnitude 6,8 (considerada forte e capaz de produzir grandes estragos) atingiu o Marrocos na noite desta sexta-feira (8), por volta das 19h30 (no horário de Brasília). Até a última atualização desta reportagem, eram 2.012 mortos e mais de 2.059 feridos (pelo menos 1.404 em estado crítico), de acordo com o balanço divulgado pelo Ministério do Interior marroquino.
O órgão afirma que o número de vítimas deve aumentar ao longo deste sábado (9), já que os trabalhos de resgate — dificultados por bloqueios e obstruções nas estradas — ainda estão em curso.
Segundo o Itamaraty, não há notícia de brasileiros entre os mortos e feridos.
O governo do país decretou luto nacional de três dias. Neste sábado (9), a Cruz Vermelha Internacional afirmou que o Marrocos poderá precisar de “meses e até anos” de ajuda para reconstruir as zonas afetadas.
O tremor produziu estragos tanto em aldeias da Cordilheira do Atlas (no noroeste da África), onde vivem 840 mil pessoas em condições vulneráveis a abalos sísmicos, como na cidade histórica de Marraquexe, no oeste do Marrocos (veja o mapa abaixo). As forças armadas do país e equipes de resgate foram deslocadas para as áreas mais afetadas.
O terremoto durou cerca de 15 segundos e aconteceu a uma profundidade de 18,5 km, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). Há relatos de pessoas que também sentiram os tremores em países próximos, como Portugal, Espanha e Argélia.
Quais as regiões mais atingidas?
O epicentro do sismo, ou seja, a projeção, na superfície, de onde começou o tremor, foi no alto das montanhas do Atlas, 70 km ao sul de Marraquexe. É nessa região que deve haver o maior número de mortos.
Outros locais afetados de forma significativa foram:
- o entorno de Toubkal, o pico mais alto do norte da África;
- e Oukaimeden, uma popular estação de esqui marroquina.
Entre as províncias mais atingidas, estão Al Haouz, Ouarzazate, Marraquexe, Azilal, Chichaoua e Taroudant.
Nessas cidades, adultos e crianças permaneceram nas ruas, temendo novos terremotos. De fato, houve um segundo tremor, mais fraco, 15 minutos depois, informaram as agências internacionais de notícias.
Desespero e correria nas ruas
Na rede social X (o antigo Twitter), há relatos de pessoas que correram pelas ruas, enquanto prédios balançavam. De acordo com agências de notícias, edifícios colapsaram.
Imagens mostram moradores desesperados no entorno da Mesquita Koutoubia, um dos marcos mais famosos de Marraquexe. Segundo a imprensa marroquina, essa construção histórica construída no século XII foi danificada.
O chefe da pequena cidade rural de Talat N’Yaaqoub, Abderrahim Ait Daoud, disse ao site de notícias marroquino 2M que:
- casas na região de Al Haouz desabaram parcial ou totalmente;
- a eletricidade foi cortada;
- e estradas ficaram bloqueadas em alguns trechos, dificultando a passagem de ambulâncias.
Tremores não são incomuns na região
A região norte de Marrocos fica mais sujeita a terremotos por se localizar entre duas placas tectônicas (a africana e a euroasiática).
Em 2004, por exemplo, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto sacudiu Alhucemas, no nordeste do país.
Fonte: G1.