A Rússia disse, nesta segunda-feira (22), que está combatendo um grupo de sabotadores ligado à Ucrânia. O governador da região russa de Belgorod, Viacheslav Gladkov, informou que duas pessoas ficaram feridas em um bombardeio na cidade de Glotovo e que há outros três feridos em Graivoron e um em Zamostie.
As autoridades russas reportaram que “um grupo de sabotagem e reconhecimento” vindo da Ucrânia entrou no distrito de Graivoron, na região de Belgorod.
“As forças armadas russas, junto dos guardas fronteiriços, a Rosgvardia [guarda naciona] e o FSB [serviços de segurança] implementam todas as medidas necessárias para liquidar o inimigo”, informou Viacheslav Gladko, governador da região de Belgorod, pelo Telegram.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse aos jornalistas que o presidente Vladimir Putin foi informado da incursão. Ele também reportou que essa operação é uma tentativa da Ucrânia de “desviar a atenção”, após a perda do controle de Bakhmut.
O governo ucraniano assegurou que não tem relações com a incursão, mas que acompanha a situação com “interesse”.
Nas últimas semanas, um número crescente de ataques ucranianos foi registrado na região fronteiriça entre os dois países. Gladvok anunciou que “um regime legal antiterrorista foi introduzido” na região para garantir a segurança dos cidadãos.
Esse regime dá poderes às forças de segurança, permitindo a aplicação de medidas como o reforço dos controles de identidade, de veículos e das comunicações, assim como maior facilidade para realizar operações antiterroristas.
A incursão foi reivindicada em um canal de Telegram por uma conta que diz pertencer à “Legião Liberdade para a Rússia”, um grupo de russos que combatem ao lado da Ucrânia — e que já assumiu a autoria de operações anteriores na mesma região.
“Chegou o momento de pôr fim à ditadura do Kremlin”, afirmou um porta-voz do grupo em vídeo divulgado no canal. Na gravação, ele afirma que seus colegas “libertaram totalmente” uma vila da região de Belgorod e atacaram um segundo local.
Corte de energia na central de Zaporizhzhia
Durante o fim de semana, o governo da Ucrânia afirmou que um bombardeio da Rússia provocou um corte temporário de energia na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. A central sofreu vários bombardeios e essa é a sétima vez que fica sem acesso à rede elétrica.
Atualmente ocupada pelos russos, a usina está fechada e não está produzindo eletricidade. Ainda assim, a edificação necessita de energia para atender à sua própria demanda, incluindo a refrigeração de seus seis reatores.
Bakhmut
No fim de semana, a Rússia reivindicou a tomada de Bakhmut, cidade no leste do território ucraniano que é cenário da batalha mais sangrenta desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
No entanto, Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, disse que suas forças não perderam a região e afirmou que o exército do país ainda controla uma pequena faixa da região e que segue pressionando as tropas russas ao norte e ao sul da cidade.
O grupo paramilitar russo Wagner afirmou, por sua vez, que suas forças preveem se retirar de Bakhmut entre 25 de maio e 1º de junho, cedendo suas posições ao exército regular.
Bombardeiros
As autoridades ucranianas afirmaram ter repelido (ao menos parcialmente) um ataque aéreo russo sem precedentes lançado durante a noite passada com mísseis e drones contra a cidade de Dnipro, no centro-oeste do país.
Segundo as autoridades regionais, sete pessoas ficaram feridas. O prefeito de Dnipro, Boris Filatov, disse que “[a cidade] nunca havia sofrido um bombardeio dessa intensidade”, desde o início da ofensiva russa.
Fonte: AFP.