O Exército turco lançou ataque contra as tropas sírias e milicianos curdos-sírios na província de Aleppo, no norte do país árabe.
A artilharia pesada turca bombardeou posições do Exército Sírio e da milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG, iniciais curdas) na cidade de Tel Rifaat, localizada a 15 quilômetros da fronteira com a Turquia, na tarde de quarta-feira, de acordo com relatórios coletados pelo portal sírio Al-Masdar News.
A mídia síria lembra que Ancara descreve os combatentes curdos como “terroristas” e se reserva o direito de aniquilá-los dentro do território sírio, sem a permissão de Damasco. No entanto, ataques turcos são dirigidos com bastante frequência a posições do exército sírio.
De fato, o jornal destaca que a ofensiva turca de ontem atingiu intencionalmente alvos do Exército Sírio, já que, além de estarem em seu próprio território, estavam em uma zona diferente das posições dos milicianos do YPG, que são parte integrante do as chamadas Forças Democráticas da Síria (SDS), apoiadas pelos EUA.
O Al-Masdar News destaca que, por alguns meses, o Exército turco intensificou seus ataques contra as forças sírias, sem observar a trégua acordada em 5 de março entre os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respectivamente.
No entanto, a fonte acrescenta que nem as forças sírias nem as curdas-sírias responderam ao relâmpago da Turquia que flagrantemente “violou” a trégua declarada nas “zonas de redução da tensão”.
O governo do presidente sírio Bashar al-Asad, que denuncia a presença estrangeira, promete expulsar todas as forças ilegítimas do país, uma vez que o terrorismo que conta com o apoio de certos países regionais e ocidentais, como a Turquia e os EUA, foi completamente erradicado, de acordo com relatórios irrefutáveis.
A Turquia de Erdogan, de fato, veio de uma política externa baseada na premissa “zero problemas com vizinhos”, para que não haja vizinho com quem ele não tenha problemas. Essa mudança política, que passou de laços pacíficos e amigáveis com os vizinhos para intervenções militares ou não militares diretas ou indiretas na Síria, Iraque e Líbia, lembra a teoria do “retorno à era otomana”.