O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (14) que já tomou uma decisão sobre o que fará em relação à Venezuela, mas que “não pode dizer” o que ele decidiu.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é considerado por Washington como um “narcoterrorista” por, supostamente, chefiar um grupo que atua no tráfico de drogas, o Cartel de los Soles.
A declaração ocorre um dia após o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, anunciar uma operação militar chamada ‘Lança do Sul’, que teria o objetivo de combater o que ele chamou de “narcoterroristas” e proteger o país das drogas.
Trump conversou com repórteres a bordo do Air Force One, o avião oficial da Presidência dos EUA.
O alvo exato da Lança do Sul não foi informado, mas ela será realizada com o Comando Militar Sul, que realiza operações no Caribe e na América Latina. Os EUA tem intensificado a presença de navios e aviões de guerra perto da costa da Venezuela, num movimento que o governo de Nicolás Maduro, em Caracas, considera preparatório para uma eventual invasão.
Segundo o jornal “The Washington Post”, Trump, Hegseth e militares de alta patente discutiram potenciais ações militares na Venezuela a portas fechadas na Casa Branca nos últimos dois dias. Apesar de ter estacionado navios de guerra perto do litoral do país e ter atacado barcos supostamente usados para transportar drogas, nenhum ataque direto foi feito ao território venezuelano.
Também nesta sexta-feira, Maduro pediu apoio para “o povo dos Estados Unidos” para “parar a guerra” em um discurso televisionado no país.
“Parem a mão de quem quer que ordene os bombardeios e a guerra no Caribe”, disse Maduro.
O presidente da Venezuela também pediu para que o Tribunal Penal Internacional e a ONU ajam para evitar conflitos na região.
Arsenal de guerra
Nesta semana, a Marina dos EUA anunciou que o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, chegou à área de operações da América Latina. Segundo os militares, o navio dará apoio a operações para “desmantelar organizações criminosas transnacionais”.
As embarcações e aeronaves do grupo de ataque do USS Gerald Ford se somam à já robusta presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe, composta por navios de guerra, jatos de combate, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros.
Nos últimos dois meses, os EUA atacaram mais de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, em ações que deixaram mais de 70 mortos. Segundo o comando americano, os barcos pertenciam a organizações narcoterroristas.
Os ataques começaram em setembro, dias depois de os EUA dobrarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e lançarem uma operação militar contra o narcotráfico no Caribe.
O governo americano acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado como organização terrorista internacional. Nesse contexto, autoridades dos EUA afirmam que o presidente venezuelano pode ser considerado um alvo legítimo em ações contra cartéis.
A revista “The Atlantic” informou que Maduro estaria disposto a negociar sua saída do poder, desde que recebesse anistia e garantias de segurança para viver no exílio.
Fonte: G1.
