“Não vou comentar sobre isso. Eu não diria que sou a favor ou contra”, respondeu o presidente dos EUA.
Pouco depois, o jornalista voltou a tocar no assunto e perguntou a Trump até onde ele estava disposto a ir para derrubar o líder venezuelano Nicolás Maduro.
“Os dias dele estão contados”, declarou Trump, evitando responder diretamente à pergunta. Ele acrescentou que não quer “descartar ou confirmar” a possibilidade de uma invasão dos EUA ao país sul-americano.
Venezuela se prepara para a ameaça
Anteriormente, Diosdado Cabello, secretário-geral do Partido Socialista Unido (PSUV) e Ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, declarou que o povo venezuelano deve permanecer preparado diante da ameaça dos Estados Unidos.
“Todo dia uma ameaça, por que fazem isso? Porque acreditam que vão nos dobrar pelo medo. E eles não nos conhecem. Eles não sabem do que somos feitos“, disse ele em um discurso televisivo.
Ele alertou nesse contexto que “quem mexer com a Venezuela deve deixar muito claro que não será uma coisa de 48 horas, não será de três dias, não será de um mês.” “Estamos em uma revolução pacífica, totalmente pacífica. Mas não é uma revolução desarmada“, disse Cabello.
Agressão dos EUA no Caribe, em resumo
- Desdobramento militar: Desde agosto passado, os EUA mobilizaram uma força militar significativa na costa da Venezuela, justificando-a como parte da luta contra as drogas. Washington posteriormente anunciou a ‘Operação Lança do Sul’, com o propósito oficial de “eliminar narcoterroristas” do Hemisfério Ocidental e “proteger” os EUA “das drogas que estão matando” seus cidadãos.
- Operações letais: Como parte dessas operações, bombardeios foram realizados contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico, matando mais de 80 pessoas e sem evidências de que realmente estivessem traficando narcóticos.
- Acusações e recompensa: Washington acusou o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas sem apresentar provas e dobrou a recompensa por sua captura.
- Posição de Caracas: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma “mudança de regime” para tomar a imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
- Falta de apoio: a ONU e a própria DEA apontam que a Venezuela não é uma rota principal para o tráfico de drogas para o solo dos EUA, já que mais de 80% das drogas usam a rota do Pacífico.
- Condenação internacional: Rússia, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e os governos da Colômbia, México e Brasil condenaram as ações dos EUA. Especialistas chamam os ataques a barcos de “execuções sumárias” que violam o direito internacional.
