O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, alertou nesta terça-feira que a Turquia não hesitará em fazer “o que for preciso” se a Grécia aumentar as tensões no Mediterrâneo oriental. Durante uma conferência de imprensa com o seu homólogo alemão, Heiko Maas, realizada em Ancara, o Ministro das Relações Exteriores da Turquia sublinhou que o seu país está disposto a resolver o conflito através da diplomacia e do diálogo, no entanto, o processo não deve incluir as pré-condições impostas para a Grécia. “Faremos o que for necessário sem hesitação“, disse ele.
Além disso, Cavusoglu apontou que Atenas deve abandonar sua “abordagem maximalista“. “Estamos abertos a conversas sem pré-condições”, disse o político. “Mas, quando uma das partes começar a impor pré-condições, então apresentaremos muitas coisas. Em primeiro lugar, a Grécia deve abandonar sua abordagem maximalista”, enfatizou, acrescentando que Ancara espera que a União Europeia atue como um mediador “honesto e objetivo“.
Por sua vez, Heiko Maas exortou os dois países a resolverem sua disputa por meio de conversações diretas, caso contrário, poderiam correr o risco de um confronto militar.
“A situação atual no Mediterrâneo oriental é equivalente a brincar com fogo“, sublinhou Maas. “Cada pequena faísca pode levar à catástrofe.” Em seus comentários, o político acrescentou que a Alemanha e seus parceiros da UE apoiam a Grécia em sua disputa com a Turquia.
O último gatilho
As tensões entre a Grécia e a Turquia aumentaram no início deste mês, depois que Ancara enviou seu navio de inspeção Oruc Reis, escoltado por navios de guerra, para conduzir exploração sísmica em uma área sobre a qual ambos os países reivindicam jurisdição.
As ações da Turquia colocaram o Exército grego em alerta, enquanto o primeiro-ministro helênico Kyriakos Mitsotakis convocou o Conselho de Segurança Nacional do governo. Fragatas gregas foram enviadas para seguir o Oruc Reis.