Em outra provocação antiamericana, o presidente Recep Erdogan ordenou que o embaixador turco na OTAN retivesse a assinatura na quarta-feira, 27 de novembro, do novo programa de defesa da aliança para a Polônia e os países bálticos contra a Rússia. Na terça-feira, o exército turco testou o sistema de defesa aérea S-400 recentemente adquirido de Moscou, desafiando os avisos de Washington.
O novo programa de defesa da OTAN deve ser aprovado por todos os 29 países membros antes de poder ser aplicado. Ancara anunciou que sua aprovação seria retida até a Otan estender seu apoio político à intervenção do exército turco no norte da Síria contra as forças curdas e suas milícias YPG.
Fontes militares do DEBKAfile observam que o YPG é a espinha dorsal das Forças Democráticas da Síria que operam ao lado dos contingentes dos EUA baseados no norte da Síria e sob o comando dos EUA. O ultimato da Turquia à OTAN equivale a uma demanda de que as forças americanas na Síria operem contrariamente aos interesses de segurança americanos naquele país. Também é o equivalente a Turquia renegar seu compromisso com a aliança ocidental de alinhar-se com a posição russa contra a Polônia e os países bálticos, bem como a posição dos EUA na Síria.
Um alto funcionário da Otan que optou por manter o anonimato criticou o ultimato de Erdogan: “Os turcos estão tomando reféns do leste europeu, impedindo a aprovação desse planejamento militar até obter concessões”, afirmou.
Nossas fontes revelam que na terça-feira, Erdogan fez uma visita ao Catar para inaugurar formalmente uma nova base militar turca criada para reforçar o governante do emirado do petróleo Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani em sua briga com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Em um discurso marcando a ocasião, o presidente turco escolheu denunciar Israel a quem ele acusou de “roubar terras muçulmanas”.