Uma semana perigosa começa entre a Ucrânia e a Rússia, enquanto uma nova conversa entre Vladimir Putin e Joe Biden sobre o assunto é esperada para terça-feira (7). O diálogo de alto nível dirá respeito em particular às supostas inclinações da Rússia a invadir a Ucrânia. Enquanto isso, nos arredores de Kiev, os civis se preparam para a possibilidade de um ataque militar russo massivo nas principais cidades ucranianas.
Todo fim de semana, dezenas de homens e mulheres ucranianos se encontram em um canteiro de obras abandonado, na floresta, na saída de Kiev. De uniforme, com armas falsas, eles treinam táticas de guerra de contra-insurgência, em caso de ataque do exército russo à Ucrânia.
O batalhão de Defesa Territorial de Kiev tem oficialmente 550 membros, mas seus oficiais estimam que possam mobilizar mais de 2.000 reservistas em caso de alerta. Todos são civis: alguns são veteranos da guerra do Donbass, outros são neófitos. Mas todos, como Vassili, 28, um empresário, desejam defender seu país.
“Alvejados de todos os ângulos””Os russos devem estar preparados para serem alvejados de todos os ângulos e de todas as casas. Teremos minas e explosivos por todos os lados. Será fácil vir aqui, mas sairão em caixões e deixarão aqui os seus aviões, a sua artilharia, os seus tanques, que dizem ser tão numerosos. 63% dos ucranianos estão prontos para pegar em armas para defender seu país. Os russos devem esperar algo muito desagradável aqui”, ameaçou Vassili.
O exército ucraniano tem 300.000 homens, dos quais cerca de um terço está mobilizado na linha de frente de Donbass. No entanto, o país também tem um exército reserva, com 430.000 veteranos que estão nas fileiras militares há sete anos, além de uma Defesa Territorial Civil de cerca de 80.000 cidadãos.
Estado ucraniano deseja organizar uma força auxiliar do exército, no modelo polonês e lituano. O objetivo é poder enfrentar forças militares consideradas mais fortes. Diante das ameaças recorrentes da Rússia, cada vez mais ucranianos estão se lembrando de tradições históricas como o legado dos cossacos e da guerra partidária.
Fonte: RFI.