Ucrânia propõe o uso do espaço aéreo do país ao longo da fronteira com a Rússia seja utilizado para operações aéreas da Organização do Tratado do Atlântico Norte, como para transporte de tropas, equipamento, carga e similares.
O ministro ucraniano da Infraestrutura, Vladislav Krikliy, afirmou na quarta-feira (10) que a Ucrânia espera contar com o apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para monitorar a situação aérea ao longo da fronteira com a Rússia, informa a agência estatal Ukrinform.
“A Ucrânia segue o curso escolhido de integração nos sistemas euro-atlânticos de segurança coletiva. Uma das áreas importantes dessa integração é a participação da Ucrânia no programa OTAN de intercâmbio de dados sobre a situação aérea […]. É importante fortalecer o controle do tráfego aéreo civil e responder a situações de crise na região do mar Negro”, afirmou Krikliy após anunciar que havia entrado em contato com os generais do bloco militar para oferecer o uso do espaço aéreo na Região de Informação de Voo de Simferopol, que cobre a Crimeia.
“Propomos o uso desta parte do espaço aéreo para operações aéreas da OTAN para transporte de tropas, equipamento, carga e similares. Esperamos o apoio da OTAN no monitoramento da situação aérea ao longo da fronteira com a Rússia”, acrescentou o ministro ucraniano.
A medida ocorre pouco dias após o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmygal, ter aparecido em entrevista coletiva com o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg. Shmygal disse na ocasião que seu país iria “começar a construir duas bases navais, uma no mar Negro e outra no mar de Azov”.
A iniciativa faria parte de um esforço internacional para aumentar a presença de forças ocidentais na região, “como parte da nossa cooperação com o Reino Unido, [que] também está nos ajudando financeiramente para que este programa possa ser lançado”, complementou o primeiro-ministro.
Stoltenberg, por sua vez, acrescentou que Kiev é “reconhecida como candidata à adesão à OTAN. Os aliados da OTAN ajudam e apoiam os esforços da Ucrânia para aderir à Aliança”.
Ano passado, operadores de radar russos relataram que cerca de dez voos por dia perto das fronteiras do país eram de aeronaves militares, incluindo aviões espiões. Em junho, Moscou afirmou que os EUA e membros da OTAN estavam conduzindo exercícios aéreos “provocativos” nas fronteiras da Rússia.
Por volta do mesmo período, bombardeiros B-1B da Força Aérea dos EUA sobrevoaram a Ucrânia pela primeira vez na história, com a Rússia preparando aviões de guerra e ativando mísseis antiaéreos em resposta.