O embaixador da Ucrânia em Israel, Yevgen Korniychuck, afirmou hoje que a Ucrânia poderia reconhecer Jerusalém como “única capital de Israel” para muito em breve, esperando já no próximo ano poder abrir uma extensão da embaixada do seu país em Jerusalém durante a programada visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Segundo o embaixador, este reconhecimento não será uma questão de anos, mas de meses, mas por outro lado o presidente ucraniano irá estabelecer pré-condições para que tal aconteça, tais como o relacionamento entre os dois países nas áreas da defesa e segurança.
A ideia de abrir uma extensão da embaixada ucraniana em Jerusalém já vem dos dias do governo de Netanyahu, mas esta afirmação de hoje é muito estratégica, se tivermos em conta o estado de alta tensão existente actualmente entre a Rússia e a vizinha Ucrânia, especialmente depois que os serviços secretos norte-americanos revelaram planos em preparação pela Rússia para uma possível ofensiva militar na Ucrânia já no início de 2022.
Esta promessa ucraniana pode tornar-se no entanto numa dor de cabeça para Israel, que tem jogado com muita diplomacia com a Rússia por causa da guerra na Síria. Israel não deseja de forma nenhuma desagradar ao presidente russo, especificamente através de uma hipotética expansão dos seus laços de defesa com a Ucrânia.
Ainda que a declaração do embaixador ucraniano não seja vinculativa, a realidade é que as relações entre os dois países têm-se vindo a aprofundar: Recentemente, o primeiro-ministro ucraniano Denys Shmyhal agradeceu a Israel pelo seu apoio à Ucrânia: “Gostaria de apresentar agradecimentos especiais a Israel pelo seu contínuo apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia.”