‘Um marco histórico’: Israel e Emirados Árabes Unidos assinam acordo de livre comércio

Os Emirados Árabes Unidos e Israel assinaram um acordo de normalização em 2020 como parte dos Acordos de Abraham, apoiados pelos EUA.

O ministro das Relações Exteriores Yair Lapid, que discutiu o acordo de livre comércio com o ministro das Relações Exteriores dos Emirados, Abdullah Bin Zayed, na Cúpula do Negev desta semana em Sde Boker, disse que o pacto “traria benefícios tangíveis para os cidadãos de Israel e das nações da região”.

As negociações de livre comércio começaram em novembro de 2021. Durante sua visita em dezembro a Abu Dhabi, o primeiro-ministro Naftali Bennett discutiu as negociações de livre comércio com o príncipe herdeiro Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan (MBZ), o governante de fato do país. Os dois líderes concordaram em avançar mais rapidamente nas negociações.

Na cúpula trilateral no Egito na semana passada entre Bennett, MBZ e Abdel Fattah el-Sissi do Egito, os líderes israelenses e dos Emirados concordaram em concluir as negociações em questão de dias.

Bennett disse em comunicado que “as boas relações que já foram criadas entre os países estão sendo fortalecidas hoje na forma de um acordo de livre comércio, que aumentará significativamente a cooperação econômica em benefício dos cidadãos dos dois países”.

Para a burocracia política israelense, o processo de cinco meses para concluir tal acordo foi relativamente rápido. O ritmo ressaltou para os Emirados a seriedade do lado israelense sobre o relacionamento, disseram fontes diplomáticas ao The Times of Israel.

Do lado dos Emirados Árabes Unidos, o acordo é um passo significativo na criação de benefícios tangíveis para seus cidadãos dos Acordos de Abraham. Os líderes dos Emirados falam regularmente da importância de garantir que seu povo entenda e sinta os efeitos do acordo de 2020.

Fontes diplomáticas disseram que o acesso a mercadorias provenientes dos Emirados Árabes Unidos pode ter um efeito notável na redução do custo de vida em Israel.

As exportações israelenses de produtos agrícolas e outros alimentos estarão totalmente isentas de tarifas. Esta é uma indicação das prioridades de ambos os países, disseram fontes diplomáticas ao The Times of Israel. A guerra Rússia-Ucrânia interrompeu importantes mercados de exportação europeus para os produtores israelenses, enquanto os Emirados Árabes Unidos estão sempre focados em garantir a segurança alimentar para seus 10 milhões de habitantes e refeições de classe mundial para os milhões de turistas que passam por Dubai e Abu Dhabi.

O comércio entre os países atingiu US$ 900 milhões em 2021, o primeiro ano completo após a assinatura dos Acordos de Abraham. Espera-se que esse número cresça significativamente.

“Estamos procurando criar mais de um trilhão de dólares em atividade econômica com Israel na próxima década”, disse o ministro da Economia dos Emirados, Abdulla bin Touq Al-Marri , em setembro, durante um evento virtual que marca o primeiro aniversário dos Acordos de Abraão.

Em janeiro, o gabinete de Israel aprovou um fundo conjunto de P&D Israel-EAU para apoiar projetos de tecnologia envolvendo empresas israelenses e dos Emirados.

O fundo, que foi proposto pelo Lapid e pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Orit Farkash-Hacohen, alocará NIS 15 milhões por ano na próxima década. Os Emirados Árabes Unidos fornecerão fundos correspondentes, num total de NIS 300 milhões durante a vida do fundo.

O fundo faz parte de uma onda de investimentos entre os países na esteira dos Acordos de Abraham. Na semana anterior, o Wall Street Journal informou que o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos Mubadala Investment investiu US$ 100 milhões em seis empresas israelenses de capital de risco.

Fonte: Times Of Israel.