A União Européia (UE) novamente se opõe ao plano “unilateral” de Israel de anexar a Cisjordânia, enfatizando que essa medida “mina” a paz da região.
O representante da União Européia na Palestina, Sven Kühn von Burgsdorff, em duras declarações oferecidas na quarta-feira, afirmou que a UE “não reconhecerá nenhum processo de anexação ou qualquer passo unilateral que comprometa o processo de paz” na região.
Isso foi comunicado por Burgsdorff ao secretário adjunto do movimento palestino Al-Fatah, Sabri Saidam, durante uma reunião realizada em Ramallah (norte da Cisjordânia ocupada) e enfatizou que o plano controverso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deseja executar a anexação de 30% da área C da Cisjordânia transformará a região em “um ciclo de violência”.
As palavras do delegado europeu vêm depois que um grupo de ministros das Relações Exteriores da Europa pediu na terça-feira ao chefe da Diplomacia da UE, Josep Borrell, que elabore uma lista de respostas dos vinte e sete a uma possível anexação da Cisjordânia.
No entanto, Borrell alertou repetidamente o regime de Tel Aviv que a anexação da Cisjordânia é uma flagrante violação dos direitos internacionais e que os funcionários da agência estão usando todas as suas capacidades diplomáticas para “pressionar” o regime israelense a evitar fazer esta anexação “unilateral” acontecer.
A anexação israelense da Cisjordânia é um projeto que faz parte do chamado ‘acordo do século’, oferecido pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. Este plano concede aos palestinos autonomia limitada dentro de uma pátria descontínua, deixa o premiado Vale do Jordão nas mãos de Israel e esquece o problema de milhões de refugiados palestinos ansiosos por retornar a suas terras.
No entanto, as autoridades palestinas, com o presidente Mahmud Abbas na linha de frente, denunciando as reivindicações colonialistas de Israel, enfatizaram que os palestinos não ficarão à toa diante dos crimes de Israel, como irão cumprir os planos do novo gabinete da coalizão israelense.