Pesquisadores da Fiocruz fizeram um estudo que aponta que adultos infectados pela variante P.1 do novo coronavírus, identificada primeiro no Amazonas, têm uma carga viral dez vezes maior do que adultos infectados por outras cepas do SARS-CoV-2.
A pesquisa foi publicada on-line neste sábado (27), mas ainda não recebeu nenhuma revisão por cientistas nem publicada em revista.
“Por meio de um estudo epidemiológico genômico baseado em 250 genomas SARS-CoV-2 de diferentes municípios do Amazonas coletados entre março de 2020 e janeiro de 2021, revelamos que a primeira fase de crescimento exponencial foi impulsionada principalmente pela disseminação da linhagem B.1.195 que foi gradualmente substituída pela linhagem B.1.1.28”, escreveram os pesquisadores.
A amostragem cobriu o primeiro pico da doença, em abril, e o segundo, no final do ano passado e início de 2021.
“A primeira onda foi dominada pela linhagem B.1.195. Aos poucos ela vai sendo substituída pela B.1.1.28, que era muito frequente no Brasil como um todo em 2020. Então, em dezembro surge a famigerada P.1, uma variante de preocupação (VOC), que rapidamente dominou a epidemia no Amazonas”, publicou Tiago Gräf, um dos autores do estudo, no Twitter.
Apesar de ter surgido no Amazonas, ao menos outros 18 estados já detectaram infecções pela variante. Os últimos a informarem que detectaram a nova cepa foram Mato Grosso e Maranhão.
Nesta quarta-feira (24), o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) anunciou a criação de uma nova ferramenta que permite a identificação rápida de variantes do SARS-CoV-2, após o teste do método do RT-PCR, indicado para diagnóstico da doença na fase aguda.