Pela primeira vez, o Vaticano concedeu aos pesquisadores na segunda-feira acesso aos arquivos do papa Pio XII, o controverso pontífice que ficou em silêncio durante o extermínio nazista de judeus no Holocausto.
Mais de 200 pesquisadores solicitaram permissão para estudar os milhões de cartas e documentos do papado do pontífice, que são mantidos nos Arquivos Apostólicos do Vaticano.
Pio XII, que chefiou a Igreja Católica de 1939 até sua morte em 1958, foi objeto de muitos debates e perguntas sobre por que ele nunca falou sobre o massacre de 6 milhões de judeus nos campos de concentração nazistas, embora a Igreja Católica Romana tenha continuamente insistido que ele fez todo o possível para salvar vidas judaicas.
“A Igreja não tem medo da história”, disse o papa Francisco no ano passado, quando anunciou sua decisão de abrir os arquivos.
Quatro décadas atrás, o Vaticano publicou uma obra de 11 volumes que cobriu o Holocausto; no entanto, faltavam algumas informações cruciais, como as respostas do papa a notas e cartas, incluindo detalhes sobre as atrocidades nazistas, segundo a AFP.
“Para milhões de pessoas, católicas e judias, esses arquivos são de enorme interesse humanitário”, disse à AFP Suzanne Brown-Fleming, diretora de programas internacionais do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington, DC.
O presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald S. Lauder, disse em um comunicado: “Ao convidar historiadores e estudiosos para acessar publicamente os arquivos da Segunda Guerra Mundial do Vaticano, o Papa Francisco está demonstrando um compromisso em aprender e expor a verdade, bem como o significado de Memória do holocausto.