Apesar dos motivos serem os mesmos, a perseguição religiosa pode ser realizada de maneira diferente quando o assunto envolve homens e mulheres. Os papéis que os indivíduos dos gêneros masculino e feminino têm na sociedade definirão a forma como eles serão hostilizados. Para um homem cristão, por exemplo, o alvo é impedir que ele cumpra o papel de chefe do lar. Sem uma renda financeira, ele não poderá prover o sustento dos demais integrantes da família, impossibilitando, assim, a sobrevivência. Esse processo envolve também a agressão física em 85% dos casos e até a prisão, em 66%, garantem os dados colhidos pela Portas Abertas entre 1/11/2018 e 31/10/2019.
Mas quando as cristãs são perseguidas, as ações envolvem primariamente as agressões físicas e sexuais, já que muito do valor social delas está na castidade. Os direitos à vida, liberdade e respeito são violados pelos próprios membros da família como pais, irmãos e maridos, pessoas das quais elas dependem para serem sustentadas tanto física, emocional e socialmente. Para impedir que surja uma família cristã, o número de casamentos forçados aumentou em 76% durante as pesquisas realizadas, entre 1/11/2018 e 31/10/2019, que resultaram na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020. Por outro lado, o divórcio forçado cresceu 60%, deixando as mulheres ainda mais vulneráveis, 34% dessas cristãs também perderam a custódia dos filhos.
Exemplo de perseguição masculina na Índia
A força física dos homens é uma qualidade valorizada na cultura indiana. Por isso, os cristãos locais estão sujeitos à violência como maneira de desonra. Logo, o espancamento é uma prática comum. O caso da morte do adolescente de 14 anos, Sombaru Madkami, revela a desproporção de força empregada pelos radicais hindus para conter o avanço do evangelho no país em 10º lugar na LMP 2020. Outra maneira utilizada para enfraquecer os cristãos é a exclusão social, por meio de boicote da família e comunidade. Como aconteceu com cristãos que tiveram o pedido de ajuda humanitária recusada durante a o isolamento para a contenção da COVID-19.
Enquanto os homens enfrentam a hostilidade na esfera pública, as mulheres sofrem a violência dentro da vida privada, o que torna os crimes mais ocultos e passíveis de impunidade. Espera-se que elas operem invisivelmente na esfera pública, caso contrário se tornam provocadoras da violência sexual. Em 84% dos 50 países da LMP 2020 os crimes sexuais afetam as cristãs.
Caso de perseguição feminina na Nigéria
As meninas e mulheres cristãs nigerianas são como despojos para grupos extremistas como o Boko Haram. Elas são capturadas, abusadas sexualmente e levadas para servirem como escravas sexuais ou esposas de um radical. Isso acontece também com mulheres casadas, como Charity. A jovem casada e mãe de um recém-nascido foi sequestrada e viveu por três anos como mulher de um rebelde, com quem teve uma filha. Ao ser libertada, voltou para o antigo lar e enfrentou o preconceito e agressões do marido cristão e dos vizinhos no país em 12º lugar na LMP 2020. Veja mais dados sobre a perseguição à mulher no e-book disponibilizado abaixo.
Os homens e mulheres seguidores de Cristo em países onde há perseguição religiosa podem enfrentar lutas em diferentes esferas. Porém, ambos precisam de cura para continuar a viver o propósito pelo qual foram chamados por Deus. A Portas Abertas trabalha de diferentes maneiras para fortalecer os cristãos que permanecem onde há forte oposição ao evangelho. Conheça os nossos projetos, ore e contribua financeiramente para que o encorajamento chegue até quem necessita de esperança.