Entre sexta-feira (26) e sábado (27), o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, manteve uma “comunicação estratégica franca, substantiva e frutífera” com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, segundo a chancelaria chinesa.
As duas autoridades se encontraram na capital tailandesa, Bangkok, e concordaram em lidar adequadamente com questões importantes e sensíveis nas relações sino-americanas, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês.
A questão sobre Taiwan foi abordada, com o ministro enfatizando a Sullivan que a “independência de Taiwan” representava o maior risco para os laços EUA-China. Ao mesmo tempo, sublinhou que a ilha é um assunto interno chinês e que sua recente eleição “não pode mudar o fato básico de que Taiwan faz parte da China”.
“O maior risco para a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan é a ‘independência de Taiwan’ e o maior desafio para as relações China-EUA é também a ‘independência de Taiwan'”, disse Wang.
A pasta chinesa também divulgou que os presidentes Xi Jinping e Joe Biden “manterão contato regular para fornecer orientação estratégica para as relações bilaterais e fazer bom uso dos atuais canais de comunicação estratégica”.
Em São Francisco, durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), Xi e Biden concordaram em abrir uma linha direta presidencial, retomar as comunicações entre militares e trabalhar para reduzir a produção de fentanil, mas permaneceram em desacordo sobre Taiwan.
A Casa Branca, em um comunicado citado pela Reuters, disse que tanto Wang como Sullivan reconheceram o progresso recente na retomada da comunicação entre militares e a importância de manter esses canais. O conselheiro de Biden também “ressaltou a importância de manter a paz e a estabilidade através do estreito de Taiwan“, disse o comunicado.
Washington acrescentou na nota que “Sullivan enfatizou que embora os Estados Unidos e a China estejam em competição, ambos os países precisam evitar entrar em conflito ou confronto”.
A China e os EUA tiveram um início difícil em 2023, mas reuniram-se com mais frequência na segunda metade do ano para tentar estabilizar os laços antes das eleições taiwanesas e de uma campanha eleitoral potencialmente cáustica nos EUA em 2024.
A reunião desses dois dias foi o mais recente encontro silencioso entre Wang e Sullivan. O último aconteceu em maio do ano passado. A ideia, segundo a Reuters, é manter esses encontros longe da mídia para tentar diminuir a temperatura entre as duas potências.