A República Democrática do Congo tem enfrentado graves desafios na saúde pública. Além da Covid-19, que assolou o mundo inteiro em 2020, o país africano convive com surtos recorrentes do vírus Ebola e do sarampo.
Desde 2018, o governo local tenta diminuir o número de contaminados e mortos pelo ebola. De acordo com a revista científica “The Lancet”, de 1º de agosto de 2018 até 28 de maio de 2020, havia 3.406 casos confirmados com 2.243 mortes pela doença.
Embora a situação atual esteja mais controlada em relação a anos anteriores, quatro novas mortes pelo ebola foram confirmadas no dia 1º de junho de 2020 na cidade de Mbandaka, deixando em alerta as autoridades locais.
O caso chamou a atenção do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesu, que na ocasião alertou em seu Twitter: “Esse surto é um lembrete de que a Covid-19 não é a única ameaça à saúde que as pessoas enfrentam. A OMS continua monitorando e respondendo a muitas emergências de saúde”, escreveu.
O sarampo, por sua vez, apareceu com força na República Democrática do Congo em 2011 e o número de contaminados cresce ano após ano. Em 2013, por exemplo, eram 88.381 casos confirmados. Até o fim do ano passado, esse número saltou para 311.471.
Covid-19
A mais nova batalha da epública Democrática do Congo é com a Covid-19. O primeiro caso confirmado foi diagnosticado no dia 10 de março de 2020. No dia 24 daquele mês, o governo já declarava estado de emergência no país.
As experiências com outros surtos de doenças, como o ebola e o sarampo, foram fundamentais para o Congo lidar com o coronavírus. Líderes e instituições comunitárias fazem um trabalho de conscientização e prevenção com a população.
Por já ter enfrentado situações semelhantes em outras ocasiões, o país adequou a infraestrutura e profissionais de saúde empenhados em outros surtos para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus.
Equipes de enfermeiros, médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde foram realocados e aproveitados para fazer atividades de sensibilização, triagem e testes da Covid-19. Há dificuldade, porém, na resposta rápida dos resultados, já que todas as amostras precisam ser enviadas para Kinshasa, capital do país.
De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a República Democrática do Congo registrava mais de 6 mil casos e 142 mortes pelo coronavírus até a tarde desta quarta-feira. Com as dificuldades na realização de testes e nos resultados, há suspeita de que haja número considerável de subnotificação.
Além disso, o alto índice de comorbidades, como hipertensão, diabetes, HIV e AIDS e tuberculose, são agravantes na luta contra a mortalidade.
Fonte: G1.