Alemanha precisa manter seus gastos militares a fim de poder negociar com a Rússia a partir de uma posição de força, disse Annegret Kramp-Karrenbauer, a ministra da Defesa do país.
Segundo ela, Moscou começou a representar uma ameaça militar “mais explicita” ao modernizar suas Forças Armadas.
“É um fato que a Rússia fez investimentos pesados na modernização de suas Forças Armadas, que ela possui novos tipos de armas, e que a ameaça se tornou mais explicita”, afirmou Kramp-Karrenbauer, em uma sessão parlamentar, quando lhe pediram para explicar a conveniência de consideráveis despesas orçamentárias da OTAN em meio à pandemia de coronavírus.
A ministra da Defesa recomendou que as autoridades alemãs negociassem com seus homólogos dos Países Bálticos, da Suécia e da Europa Central e Oriental sobre a suposta ameaça russa.
“Se queremos entrar nas negociações de desarmamento a partir de uma posição de força, temos de reforçar nossa posição. Essa sempre foi uma boa e tradicional posição da política externa alemã e deve permanecer como tal no futuro”, acrescentou.
Segundo Moscou, a OTAN se aproveita dos países europeus que promovem essa retórica para implantar mais tropas e equipamentos militares perto da fronteira russa.
A alegada ameaça russa é uma retórica mais comum nos Países Bálticos e na Polônia. O Ministério das Relações Exteriores e outras autoridades da Rússia têm repetidamente refutado ter quaisquer planos para atacar qualquer dos Estados-membros da OTAN.