Cientistas iranianos estão atualmente produzindo 20 gramas de urânio enriquecido a 20% por hora em instalações nucleares nacionais, o que significa que o país produz todos os dias quase meio quilo de unrânio enriquecido, declarou o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Alí Akbar Salehí, em entrevista ao portal Khamenei.ir, publicada nesta segunda-feira.
“Nós produzimos e armazenamos esses 20% [urânio enriquecido] e se eles voltarem ao acordo nuclear, também voltaremos aos nossos compromissos”, disse o governante, detalhando que não houve problemas técnicos no início do enriquecimento de 20%.
Na última terça-feira, 190 legisladores iranianos apoiaram a decisão da Organização de Energia Atômica do Irã de retomar o enriquecimento de urânio com um nível de pureza de 20% e instaram a implementar a recente lei para conter as sanções impostas ao país, especialmente os dos Estados Unidos.
Nesse sentido, Salehí destacou a necessidade de o governo dos Estados Unidos suspender todas as sanções contra o Irã, especialmente aquelas que impedem as vendas de petróleo e transações bancárias.
- No início de dezembro, o Conselho Guardião do Irã aprovou uma lei suspendendo as inspeções da ONU em suas instalações nucleares e forçando o governo a aumentar o enriquecimento de urânio além do limite estabelecido no acordo nuclear de 2015, em caso de que as sanções ocidentais não serão atenuadas por dois meses.
- O acordo nuclear limita a pureza físsil com que o Irã pode refinar urânio a 3,67%, bem abaixo dos 20% alcançados antes do pacto e ainda mais do que 90% necessários para desenvolver armas nucleares. Teerã excedeu o limite de 3,67% em julho de 2019 e o nível de enriquecimento desde então permaneceu estável em 4,5%.
- Sob o acordo nuclear de 2015, o Irã concordou em parar de enriquecer urânio na instalação nuclear de Fordo e transformá-la em “um centro nuclear, físico e tecnológico”.